É lá pelos setenta anos que a coisa pega e a
gente não se dá conta de que já não contam com a gente para muita coisa. É bom ir
abrindo mão das eficiências, das aptidões, das experiências profissionais.
Quem vem atrás é mais
bem preparado, estudou mais, fez todos os MBIs possíveis e sabe como gerir
coisas que a gente começou tateando e deu certo.
Quem vem chegando, com
seu vigor, com maior modernidade, merece mostrar seus “valores nominais e
agregados” e tentar provar que fará tudo melhor do que fazíamos.
E faz mesmo. No
começo, ficamos duvidando: “sei lá, isso não vai dar certo”!
Mas dá!
Uma bagagem mais
moderna, mais teórica é experimentada e lá vem o sucesso dos mais jovens.
Graças a Deus é assim.
E agora não nos
escolhem para mais nada, ria-se. Vive-se ainda um bom par de anos, até que a
ficha caia e nos faça cientes de que a velhice chegou.
E não fique mal
humorado com que estou escrevendo porque é isso mesmo e nós temos de dar
passagem aos jovens, orgulhosamente. É a filosofia ocidental, a nossa.
Fala-se em Dia do
Idoso. Não marquem data - é todos os dias!
Aos bem de saúde - e
são muitos, preparem-se para pequenas ou grandes excursões, viagem de terceira
idade, passeios de carro com filhos e netos – o que é uma delícia! Quem sabe
uma nova viagem ao exterior com uma programação mais apropriada ao seu novo
“estilo” de vida. Mas creia, você vai aproveitar as belezas do mundo com muito
mais sabedoria e encantamento.
Com menos saúde – você
é daqueles que não cuidou do seu corpo enquanto era moço?- você vai levar uma
vida muito mais limitada à sua casa e ao amor dos filhos.
É vagar por consultórios médicos e quando
muito, ir à Missa e pedir ajuda aos céus para tomar menos remédios e poder
comer comida de “gente” e não de passarinho.
Afinal, isto não é tão
ruim assim.
Pior é não ter a
família consigo, ficar sem o amor que passamos a vida edificando, com carinho e
trabalho.
E como isso anda por
aí, meus amigos felizes.
O abandono, mesmo
aquele que acontece em casa, esse deve ser de matar.
Ouvir, só. Ninguém
pergunta sua opinião sobre nada e seu silêncio é uma sentença de velhice.
Fale, minha amiga
idosa, diga o que pensa, ria das piadas, conte alguma fato do seu tempo – os
jovens gostam disso - mostre o que você foi, o que viu, mostre a eles o que
você é por dentro. É tão difícil envelhecer.
Isto, pelo menos, você
pode ensinar: a envelhecer com dignidade.

(Gif copiado de Idosos do Brasil , fonte Google)
Foto de Lair Bernardoni
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