Estas armas não são suficientes contra a incompetência.
Na semana que passou, levei um baita susto: estou escrevendo um livro sobre a vida e o trabalho de minha mãe, uma parteira de cidade do interior, nos idos de 1940 até quase seu falecimento, em 1997.
Dá para imaginar os lugares por onde ela passou para atender partos difíceis, as conduções que a levaram lá, os medos que sofreu e os perigos de perder a vida em caminhos inóspitos, travessia de rios em canoas ou descida de morros sob o lombo de cavalos...
O susto de hoje foi ter perdido, dentro do mundo virtual, o texto resultado de quase três anos de trabalho, de lembranças alegres passadas para o computador onde, diga-se de passagem, não sou mais do que uma eterna iniciante .
Tudo o que aprendi foram os rudimentos de uma máquina que muda sempre, a cada ano, para não dizer, a cada dia.
Iniciada por meu genro Richard, sábio nessas máquinas sensíveis e imprevisíveis e daqueles que se iniciaram por pura curiosidade e se tornaram especialistas nelas.
Isso mesmo: eu tenho um técnico especialista em microcomputadores, seus segredos e castigos para quem os enfrenta ingenuamente - essa sou eu.
Foi ele que me mostrou o encanto multiplicador de cada dígito monstruosamente volátil debaixo de nossos dedos.
Fui engatinhando e me deixando seduzir pelos meus computadores, lembrando que minha primeira máquina foi uma 486. A de minha amiga Dúnia, antes da minha, era uma 286.
Você sabe o que era isso? Pois é, sinta então o quanto tenho de caminhada trôpega nessas máquinas, sem, no entanto, nunca ter buscado um bom curso de formação.
Azar meu!
Perdi o livro quase pronto: Uma dedada em falso e lá se foi meu trabalho de dois ou três anos pelo ralo de um Ctrl Alt ou um delete qualquer.
Estática diante das páginas em branco, comecei a chorar.
Quando me recuperei um pouco, tentei achar minhas lembranças escritas, muitas vezes, em lágrimas, sem sucesso.
Abri e fechei arquivos, liguei para meu cybertécnico Romualdo: "Não toque em mais nada", disse-me ele..
Mas eu já tinha tocado. Tocado muito. Chorei mais.
Liguei para a Raquel: - Cadê o Richard?
- Ele está na fazenda, mãe! O que foi que aconteceu?
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eu, no tempo do computador |
Meu computador assassino viajou com a Raquel em busca de meu nerd fazendeiro.
Tudo estava em sua mãos benditas e em sua cabeça super digital.
E estava mesmo: uma boa parte do livro perdido estava ali, no meio do que os entendidos chamam de HD, acho eu.
Graças a Deus. E ao Richard.
Agora, mãos à obra para refazer o perdido e remontar as lembranças que minha mãe Emília me deixou e minha inépcia perdeu.
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Conselho: Se você quer usar um computador, aprenda o básico e depois vá fazer um bom curso para iniciantes.
Não deixe que a inaptidão faça de você um refém.
( Fotos colhidas no Google e no Wikipedia)
Aconteceu algo parecido comigo num ensaio que eu escrevi para participar de um concurso sobre Lígia Fagundes Telles. Fui salvo por um colega professor cuja alcunha dada por você a seu genro serve bem. O "Vartão" é um nerd também... Ele recuperou o texto no tão fundamental e propalado HD! Obs.: não fiquei nem classificado no concurso, mas já pensou se não tivesse participado, o que eu não pensaria?!
ResponderExcluirInfelizmente ainda não consegui o resultado que você, eu sei, tanto espera. Continuo insistindo mais um pouco, deve haver mais algum recurso ainda não utilizado. Estou aguardando contato da Microsoft (arrgh!) para que talvez me ajudem. Beijos Zê, e obrigado pelas palavras, e fique você ciente que nunca saberemos tudo a respeito desta "coisa", o progresso é exponencial.
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