Nunca havia me sentido tão estrangeira na terra que sempre
chamei de minha, como diante das palavras do Min. do Meio Ambiente do Gov. Lula:
"eles são os donos da terra, chegaram aqui primeiro".
Acho que preciso estudar
minhas raízes e investigar a nacionalidade da cegonha que me entregou aqui, no
sul do Brasil, porque eu havia dito a ela que tinha medo de índio.
Desde pequena, assombravam-me o farwest americano porque os
índios eram sempre os bandidos e
precisavam ser destruídos sem dó,
para o bem-estar da mocinha, assustadíssima, na carruagem, a caminho do
Fort de um tal general, seu pai.
Depois, na escola, a
professora contou que o português, Bispo Sardinha, fora devorado pelos índios
do Brasil, quando os santos padres aqui chegavam somente para fazer o bem.
Como não temê-los?
Anos depois pude assistir às mudanças que me pareciam naturais, já
que nossos irmãos estavam entendendo o que significava ser brasileiro; queriam
estudar, falavam já um português razoável, não
queriam mais apito, usavam bermudas,
calças jeans, só faltava que
trabalhassem para seu sustento assim como faziam seus antepassados, que plantavam
mandioca, pescavam, caçavam, pintavam-se para rezar ou festejar e, naturalmente, viviam sem precisar de
uma tal cesta básica comprada com o
dinheiro do homem branco.
Mas não aceitaram a cidadania brasileira com
seus direitos e deveres, só queriam ser índios no Brasil. Parece que nem querem mais isso: querem ser autônomos,
donos da terra e independentes de nossas leis e de nossas instituições.
Ninguém manda neles ou puxam um baita facão -
único progresso que reconheço é terem largado o arco e a flecha! Bah! Eles
devem estar muito bem orientados por outros índios da América do Sul e estou
com medo outra vez!
Procurem saber o que está acontecendo em
terras de Araquari e São
Francisco do
Sul. Dizem que se o Congresso ratificar a Declaração Universal dos
Direitos dos Povos Indígenas, de imediato serão criados 216 países
indígenas independentes, desmembrados do território nacional
A fase dos líderes índios na América do Sul está
pegando como dengue.
Para onde iremos fugir¿?
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