
Na época, lá pelos idos finais de
30 e começo de 40 do século passado, eu era criança, em Tijucas.
Século passado, fácil de dizer, mas
estranho de ouvir... Parece que vivemos um século inteiro, mas para mim é como
dizer no mês passado, no ano passado. Tudo está claro nas minhas lembranças, nas
minhas histórias da carochinha, nos vestidos de babadinhos - o que afinal, está
na moda outra vez.
É só você fechar os olhos e
recostar numa cadeira de balanço e tudo vêm à tona, tudo se refaz e a alegria
volta. De repente, abra os olhos e sentirá que está sorrindo outra
vez.
Mas, não era bem sobre isso que eu
queria falar!
Eu queria falar de Menino
Jesus!
No meu tempo de criança em Tijucas,
quem trazia presentes na noite de Natal, não era um velhinho barbudo com um saco
nas costas e com um ho ho ho, que quer dizer: Cheguei!"
Boas Festas , Bons Presentes!
Isso, na noites de Natal dos ricos
– ou mais ou menos, o que eu não era na
infância.
Mas era muito bom, muito alegre,
porque nessa época, a gente ainda não tinha perdido ninguém: família grande,
muitos tios, muitos primos.
Os hábitos eram diferentes.
Naquela época, a criançada
“emborcava o prato” para o Menino Jesus: catávamos, no quintal, a mais fresca
grama ou o capim mais verdinho, fazíamos um molho com algum cordão que havia
sido guardado para a santa tarefa natalina, pois essa era a ração que
colocaríamos debaixo do prato e que seria o alimento para o burrinho que
carregava o Menino Jesus e Maria. São José caminhava ao lado, puxando
o burrinho e o fazia parar na frente das casas das crianças que haviam
emborcado o prato onde , depois do burrinho comer todo o capim, o Menino Jesus
colocava guloseimas ou algum brinquedo
simples, um carrinho feito a mão por alguém da família, em segredo. Ou uma
boneca de pano, meu presente inesquecível.
Todos dormiam.

O Menino Jesus havia estado ali. E
a festa começava na manhã de 25 de Dezembro de todos os anos. Íamos para a
frente da casa, numa calçada de três a quatro degraus – onde era a Selaria do Vô
Pedro, e ficávamos mostrando para os amiguinhos que passavam.
Mais tarde, 10h,
íamos à missa, de vestido novo.
Não havia Papai
Noel!
Não sei quando ele surgiu na minha vida e nem quando me
apaixonei por ele.
Hoje, tenho minha casa ornamentada
de Papai Noel, no Natal.
Mas o presépio é o momento mais lindo e verdadeiro no Natal
Cristão, é sim. A cena do Menino Jesus na manjedoura, José e Maria, Anjos,
animais e a estrela apontando o lugar de nascimento de Nosso Deus Menino, é
enternecedora.
Faz-nos lembrar que o Natal, menos
que Papai Noel, presentes, jantares e champanhe, é um momento de cristandade, de
amor,de paz.
Um momento de Deus em nossa Vida!
Lembre disso!
E seja muito feliz!
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