quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

A RUA DAS PALMEIRAS



                  

 Nosso passeio de hoje é pela Rua das Palmeiras, um instante do passado plantado no centro da nossa Joinville, linda e romântica, imponente e nobre.

 Já nem sei se é rua (carro não passa), se é praça, não é rua- sei lá como chamá-la depois de tanto mexe e remexe na sua base...

Sua fileira de centenárias palmeiras imperiais é sua identidade, mesmo que seja remexida ao sabor dos ventos que movem Prefeitos sem planos definidos para as melhorias da cidade.

Mas vamos apreciar a beleza de um dos pontos mais marcantes da nossa Joinville.


Olhe da Rua do Príncipe!

Procure um ângulo que lhe proporcione a mais ampla visão das centenárias moradoras da Alameda Brüstlein, as históricas palmeiras imperiais. Apesar da idade, nada lhes tira a majestade! Esguias e altivas elas se enfileiram para dar passagem a todas as lembranças, a todas as saudades.

Algumas, mais alegres e joviais, quase dão-se as mãos e cantarolam. Outras, reservadas e sisudas, provavelmente curtindo uma saudade maior, uma ausência mais triste e mais sentida, isolam-se!
Quem sabe, para chorar sozinhas...

Aproximen-se mais, então. E, ao passar pelo bronze da Princesa Dona Francisca, olhe-a nos olhos! Quanto deve ela lamentar o fato de nunca ter vivido aqui...

No entanto, ter sido eternizada ali, na obra de Fritz Alt é, no mínimo, o motivo de um certo ar de felicidade que lhe doura a face.

Voltemos às palmeiras imperiais: pare bem junto delas, levante os olhos e sinta a sensação de que elas se agigantam muito mais. E se balançam lentamente como se um vento do século passado lhes acariciasse os cabelos verdes e lisos.

 Vaidosas, até meio coquetes, algumas ostentam colares e pulseiras de “olhos de boneca”, presente de admiradores anônimos, em arrebatamentos de paixão.

Palmeiras imperiais da Cidade dos Príncipes, uma a uma, lado a lado, mudas, elas acompanham, olhando de longe, alguns prédios empinados, tentando embotar-lhes a imagem secular ou o privilégio de vigilantes pioneiras do nosso adormecer.

 Outras, querendo apenas alcançar-lhes a copa verde e ondeante e tentar, lá de cima, bem de perto, num sussurro, o golpe final para a conquista absoluta de um amor secular.

Faceiras, imperturbáveis, elas sorriem e balançam a cabeleira densa, num claro aceno de desdém.

Palmeiras imperiais!

Abrindo caminho para o Palácio dos Príncipes, nossa imaginação parou à sua sombra...

Alameda Brüstlein, Rua das Palmeiras, como quer que te chamem, és o bulevar do presente, instante do passado “na-morando” conosco.

        (Mila Ramos celebrando os 20 anos da publicação de
TERRA NOSSA DE CADA DIA)

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