Nosso passeio de hoje é pela Rua das
Palmeiras, um instante do passado plantado no centro da nossa Joinville, linda e
romântica, imponente e nobre.
Já nem sei se é rua (carro não passa), se é
praça, não é rua- sei lá como chamá-la depois de tanto mexe e remexe na sua
base...
Sua
fileira de centenárias palmeiras imperiais é sua identidade, mesmo que seja
remexida ao sabor dos ventos que movem Prefeitos sem planos definidos para as
melhorias da cidade.
Mas
vamos apreciar a beleza de um dos pontos mais marcantes da nossa Joinville.
Olhe
da Rua do Príncipe!
Procure
um ângulo que lhe proporcione a mais ampla visão das centenárias moradoras da Alameda
Brüstlein, as históricas palmeiras imperiais. Apesar da idade, nada lhes tira a
majestade! Esguias e altivas elas se enfileiram para dar passagem a todas as
lembranças, a todas as saudades.
Algumas,
mais alegres e joviais, quase dão-se as mãos e cantarolam. Outras, reservadas e
sisudas, provavelmente curtindo uma saudade maior, uma ausência mais triste e
mais sentida, isolam-se!
Quem
sabe, para chorar sozinhas...
Aproximen-se
mais, então. E, ao passar pelo bronze da Princesa Dona Francisca, olhe-a nos
olhos! Quanto deve ela lamentar o fato de nunca ter vivido aqui...
No
entanto, ter sido eternizada ali, na obra de Fritz Alt é, no mínimo, o motivo
de um certo ar de felicidade que lhe doura a face.
Voltemos
às palmeiras imperiais: pare bem junto delas, levante os olhos e sinta a
sensação de que elas se agigantam muito mais. E se balançam lentamente como se
um vento do século passado lhes acariciasse os cabelos verdes e lisos.
Vaidosas, até meio coquetes, algumas ostentam
colares e pulseiras de “olhos de boneca”, presente de admiradores anônimos, em
arrebatamentos de paixão.
Palmeiras
imperiais da Cidade dos Príncipes, uma a uma, lado a lado, mudas, elas
acompanham, olhando de longe, alguns prédios empinados, tentando embotar-lhes a
imagem secular ou o privilégio de vigilantes pioneiras do nosso adormecer.
Outras, querendo apenas alcançar-lhes a copa
verde e ondeante e tentar, lá de cima, bem de perto, num sussurro, o golpe
final para a conquista absoluta de um amor secular.
Faceiras,
imperturbáveis, elas sorriem e balançam a cabeleira densa, num claro aceno de
desdém.
Palmeiras
imperiais!
Abrindo
caminho para o Palácio dos Príncipes, nossa imaginação parou à sua sombra...
Alameda
Brüstlein, Rua das Palmeiras, como quer que te chamem, és o bulevar do
presente, instante do passado “na-morando” conosco.
(Mila Ramos celebrando os 20 anos da publicação
de
TERRA NOSSA DE CADA DIA)
TERRA NOSSA DE CADA DIA)
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