Alexandre Garcia - 26 de março de
2013
Comunismo e cara-de-pau
Passou
praticamente despercebido do noticiário da semana passada a decisão da direção
da Câmara Federal de revogar uma resolução dela própria, de 1948, em que cassou
o mandato de 14 deputados do Partido Comunista. A cassação fora baseada em
sentença do Tribunal Superior Eleitoral, confirmada pela Supremo, porque baseada
na Constituição. Conhecida como constituição liberal, ela vedava, no entanto o
Partido Comunista, porque ele não aceitava a pluralidade de partidos, nem a
liberdade, nem a democracia nos países em que estava no
poder.
Recuperaram os mandatos, entre outros, o escritor Jorge Amado, o
mentor da guerrilha do Araguaia, João Amazonas e o autor do Manual da Guerrilha
Urbana, Carlos Marighella – todos agora mortos. O Senado, por sua vez, devolveu
o mandato a Luís Carlos Prestes que, patrocinado por Moscou, tentou tomar o
governo em 1945, num levante que matou 32 militares, a maioria enquanto dormia
no quartel da Praia Vermelha.
A líder do Partido Comunista do Brasil, a
gaúcha Manuela d`Ávila, num discurso patético, disse que demorou o
reconhecimento da injustiça feita contra quem lutou pela democracia e pelos
direitos humanos. Ela deve julgar que todos sofrem de alienação mental. Quem
mais oprimiu a democracia e os direitos humanos no planeta, no século XX foi o
Partido Comunista. Onde tomou o poder, a partir de 1917, suprimiu todos os
direitos e impôs ditaduras cruéis, torturadoras, sangüinárias, de que hoje ainda
temos resquícios, em Cuba e na Coréia do Norte. Foi o Partido Comunista que
baixou uma cortina de ferro sobre parte da Alemanha, sobrea Polônia, a Hungria e
tantas outras infelizes nações da Europa e Ásia.
Foi a maior praga do
século XX, afetando a vida de milhões de habitantes de países que ficaram sob
seu jugo, e de outros milhões em que os comunistas tentaram tomar o poder pela
força das armas, como no Brasil, por duas vezes. O terror comunista matou mais
que o nazismo de Hitler – com quem aliás, Stálin fez acordo para massacrar a
Polônia. Calcula-se que os assassinatos genocidas praticados por ditadores
comunistas na Europa e Ásia chegam a 100 milhões. O holocausto de Hitler matou 6
milhões de judeus.
Escapamos da ditadura comunista graças à incompetência
monumental de Prestes e seus companheiros, na tentativa de golpe em 1935.
Moscou, que pagava tudo e mantinha observadores em torno de Prestes, como Olga
Benário, ficava atônita com os erros dos comunistas brasileiros, como pesquisou
em arquivos soviéticos William Waack para o livro “Camaradas”. Mesmo assim,
quando Prestes foi a Moscou no início de 1964, obteve de novo a promessa de
auxílio político e militar. Em troca, garantia que “uma vez a cavaleiro do
aparelho de estado, converter rapidamente, a exemplo da Cuba de Fidel, a
revolução nacional-democrática em socialista.” Isso é História, que relembro
agora porque muita gente, com a maior cara-de-pau vem nos falar de democracia e
de direitos humanos dos comunistas.
Quero, nesse momento, ficar de pé para aplaudir!
ResponderExcluirBrasileiro tem mesmo memória curta!