Mila Ramos
Aos surdos de almas que ouvem,
quero dar as minhas mãos em concha
para que nos ajudemos a ouvir o som
da vida..
Os sons ensurdecedores de máquinas
e carros,
apitos estridentes, sons mecânicos endoidantes,
vão
passar bem longe para que não arrebentem
meu único tímpano, remanescente de um tempo
de sinfonias de cigarras e sabiás-laranjeira
no quintal de meus avós.
Quero guardá-lo para ouvir ainda
o concerto da natureza, em surdina,
acompanhando “As Quatro Estações” de
Vivaldi...
Só depois, ensurdecerei de vez.
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( imagem colhida no Google)
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