Havia no ar, um cheiro de terra molhada,
havia limo,
estrume
feito de folhas
caídas
_ e depois
apodrecidas_
tingindo de negro, o chão.
Um caracol enrolado em mil folhas
- labirinto de si mesmo-
tão
faminto,
seguia o cheiro no ar:
um
manacá, um tronco, uma flor.
E o caracol plantou a casa
na sombra do perfume.
_ Envergonhado de si, morria de ciúmes
da cor dos colibris...
Um dia, a flor caiu, caidinha de amor,
em cima do caracol para o ato de amar...
E a flor e o caracol rolaram juntos,
enrolados,
misturados, até a metamorfose final
que faz, das sobras do mundo,
o
limo,
o
estrume,
a
seiva,
a
vida outra vez...
Havia no ar um cheiro de terra molhada,
Havia limo, estrume...
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Imagens colhidas no Google |
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