quinta-feira, 27 de junho de 2013

CANTO DE AMOR

 
Havia no ar, um cheiro de terra molhada,
havia limo,
estrume
 feito de folhas caídas
 _ e depois apodrecidas_
tingindo de negro,  o chão.
          Um caracol enrolado em mil folhas
                                            
           - labirinto de si mesmo-
           tão faminto,
           seguia o cheiro no ar:
           um manacá, um tronco, uma flor.
E o caracol plantou a casa
na sombra do perfume.
_ Envergonhado de si, morria de ciúmes
da cor dos colibris...
           Um dia, a flor caiu, caidinha de amor,
em cima do caracol para o ato de  amar...
E a flor e o caracol rolaram juntos,
enrolados,
misturados, até a metamorfose final
que faz, das sobras do mundo,
          o limo,
           o estrume,
           a seiva,
           a vida outra vez...
Havia no ar um cheiro de terra molhada,

Havia limo, estrume...
Imagens colhidas no Google
 

          


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