sexta-feira, 26 de julho de 2013

NOSSOS PRESIDENTES E EU



Mila Ramos

O Grupo Escolar em que eu aprendi a ler estava na rua principal da pequena Tijucas, SC, enfileirado e com uma Bandeira do Brasil nas mãos, para abanar quando ele passasse: era Getúlio Vargas que ia para o Rio Grande, sua terra. Estávamos ansiosos todos, meninas e meninos. Quando a Professora Da. Ondina gritou "Ele vem chegando" foi um berreiro só, até que a poeira nos sufocou! Ninguém viu nada... Lembro que fiquei chorando porque não vi o Presidente, mas ninguém viu...
Meu novo pranto por Vargas foi só no segundo mandato, quando soube que ele havia se matado.
A confusão de quem vai ser o Presidente durou pouco e Santa Catarina festejava um Presidente - Nereu Ramos que, apesar de sorrir pouco, nós o vimos de perto e o festejamos.
Logo depois, o sorridente Juscelino já estava construindo Brasília. O barulho maior foi com a chegada do feio e vesgo Jânio Quadros, de vassoura na mão. Nem teve tempo de varrer nada porque deu tchau aos brasileiros e abriu a porta para Jango.
Não chorei por Quadros, mas tremi na saída de Jango.
O medo de minha mãe, que viveu a revolução de 1930 e 32, contaminou-me. Nem cheguei a chorar porque a revolução ficou entre gente que respeitava os Militares e gente, como Dilma, José Dirceu, José Genuino que empunharam armas e fizeram nosso medo crescer. Houve morte de ambos os lados.

Não perdoarei nunca o desrespeito à vida de quem morreu aos dois lados, nem o sofrimento de quem foi castigado ou sufocado pela opinião política de cada um, civís ou militares.  Mas para ter uma crença é preciso conhecimento e zelo.

Para meu próprio anseio, os Militares venceram a disputa pela democracia. Houve um tempo de acomodação para o chamado "milagre brasileiro", o que eu só tenho conseguido entender agora, em tempo de PT. Só agora dou-me conta do quanto o Governo Militar fez, tendo a chave do cofre da Nação em seu poder: quanto crescemos e quanto apareceram os benefícios  na vida dos brasileiros. Ninguém reparou. Achavam mesmo que o governo Militar não fazia mais do que sua obrigação, estava ali para governar.E estava mesmo!

Quer quiser discutir este aspecto da Revolução de 64 não me procure, porque eu não precisei de discussão para sentir e ver a diferença que há entre a seriedade do Governo Militar e o espúrio governo do partido, ora no poder.

E era o poder que aqueles militantes da VPR queriam implantar. Se vencedores, não precisariam nem do disfarce hoje usado pelo PT, de que seriam um partido pró brasileiros

Se alguém quiser ser mais consciente, leia a história desse chamado "golpe" em qualquer publicação, mesmo no Google, se quiser mais resumido seu conteúdo.

Lerá algo assim, de Kristian Heluy Gomes:

..."Não consigo lembrar-me de qualquer dos generais-presidentes que tenha enriquecido durante o regime militar: João Batista Figueiredo, por exemplo, morreu passando dificuldades financeiras.
...........
Por outro lado, posso listar diversos civis que se locupletaram durante a ditadura e que continuam enriquecendo até hoje, muitos no governo do PT: Roberto Marinho, José Sarney, Jader Barbalho, Paulo Maluf, Edemar Cid Ferreira, ACM, Michel Temer, Renan Calheiros, Édson Lobão, Fernando Sarney, Odebrecht, Andrade Gutierrez, entre muitos outros políticos, empreiteiros e banqueiros que aí estão garantindo a "governabilidade" do Presidente Lula."

Para tomar posição, no entanto, terão de ler muito mais, ouvir muito mais.

Entre os presidentes e eu, terei ainda de esperar enfileirada, de uniforme escolar, a passagem de outros presidentes... Devo levar bandeirinhas para abanar ou não?

Sobre o que é o Brasil desde 64, teremos de passar pelas "diretas já", pela morte de Tancredo Neves, até chegar à vez do Mestre Camaleónico José Sarney, que reapassaria a Collor esse tipo de camaradagem, de camaradesco.
Itamar Franco chegou e trouxe seu Ministro da Fazenda com o "Real" engatilhado e disparou a revolução da nova moeda. Bons tempos aqueles! - Fernado Henrique Cardoso: Eu estaria de uniforme escolar esperando-o se já não estivesse de título de eleitor em punho, para reelegê-lo...

E acordei do sonho ao deparar-me, depois de 10 anos de bandeirinha empunhada louvando um Presidente probo, com um presidentinho sem probidade.

Era a era Lula que trazia na culatra, gente das matilhas revolucionárias de Dirceu, José Genuino, Dilma e um bando de chamados "intelectuais" que queriam enriquecer também.

E as bandeirinhas das mãos de crianças brasileiras passaram a abanar para alguém que também não conheciam. Nem aos seus chefetes.
E aí estamos nós, meio a essa baderna governamental sem passado, esperamdo pelo Brasil que queríamos em 2002 e na esperança de tê-lo em breve... muito em breve!

A minha bandeirinha de criança voltará a saudar um Presidente com poderio moral, arma sempre indispensável para governar um país sem corrupção e sem interesses pessoais escusos, que colocam em Marx, a culpa por seus desvios sociais suspeitos.

Mila Ramos/2013

Um comentário:

  1. Oi Mila!Sua filha Raquel me indicou seu blog e quantos textos bons tem por aqui,sem medo de postar o que pensa e o que sente.Me lembrei do meu tempo de colégio tb!bjs,

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