A
noite vadiava.
Na
esquina
da
rua das andanças,
eu
acho que dormi.
- Se não assim,
como explicar
a singular passagem
daquela
carruagem, feito abóbora?
Ela
chegou,
cocheiro
de libré,
longo
chicote de luz,
açoitando
os tabus das noites das calçadas.
-Parou.
E
a cinderela
-
ou era um travesti?-
recatada,
cabisbaixa,
-
uma donzela -
subiu
na carruagem
sem
perder o sapato.
Então, a noite,
em seu último ato,
fechou as cortinas do infinito...
************
Mila Ramos
Poema de A DRANDE NOITE DOS GIRASSÓIS, 1987
Imagens colhidas no Google
Nenhum comentário:
Postar um comentário