domingo, 29 de setembro de 2013

GRANDES ARTISTAS AO ALCANCE DE TODOS

Quer impressionar alguém? E não conhece bolhufas de arte, então, divirta-se com estas definições.
Mila Ramos

1) Se o plano de fundo do quadro for escuro e toda a gente está com cara de tortura, é do Ticiano

********************************************************************


2) Se todos têm um grande traseiro é do Rubens




************************************





3) Se todos os homens têm olhos de vaca e parecem donas-de-casa, é do Caravaggio




****************************************





4) Se há um montão de gente no quadro, mas todos parecem normais, é do Pieter Bruegel







5) Se no quadro houver muita gente, mas o quadro está cheio de merda louca, é do Bosch
 *******************************************

6) Se toda a gente parece um mendigo iluminado por um poste, é Rembrandt

*****************************************


7) Se no quadro há cupidos ou ovelhas, ou se tu considerares que cupidos ou ovelhas poderiam estar no quadro, é Boucher
***************************************



Se todos forem bonitos, estiverem semi-nus e empilhados ou apertados, é Michelangelo.





*******************************
9) Se tem Bailarina, é Degas


***************************************************
10) Se tudo é afiado, tiver contraste e os homens tiverem barba num rosto magro, é El Greco
*************************************************


11) Se todos parecem Vladimir Putin, o presidente da Rússia, é Van Eyck
*****************************************************
Imagens recebidas por e-mail from Wil, de SAMPA, a quem agradeço essa beleza e graça!
Mila Ramos 29.set. 2013.
         ...........................................................................




PERJÚRIO



Isso é desmatamento, km e km de árvores no chão,
em milhões de km de florestas


Mila Ramos


Estou cometendo um perjúrio!

Para quem escreveu crônicas e poesias sobre a obrigação que temos de cuidar de nossas árvores e editou um livro de flores e árvores de Joinville, ( MARIA-SEM-VERGONHA). Citei as mil e uma razões para plantá-las, é um perjúrio, sim.

Tenho uma área urbana considerada o mínimo desejável para a contrução de uma casa considerada pequena. Aqui tenho 10 árvores, além da metragem de minha casa em torno de 160m². Além disso, tenho ainda 2m² de bananeiras das quais tenho a alegria de saborear e oferecer às amigas , saborosas bananas figo e maçã. Tudo, com exceção do Jacatirão na frente da casa, foi plantado por mim.

Parece uma riqueza, mas não é! Foi demais. Não sou dona delas. A dona é a FUNDEMA. Elas não existiam antes de 1982. Eu plantei mas não são minhas. O terreno o é. As árvores não o são. Plantei mal, plantei demais por entusiasmo ecológico, mas para corrigir meu erro preciso, no mínimo, de uma semana, quinze dias ou até um mês.

Por isso, meu perjúrio hoje: Não plantem árvores, elas podem criar sérios problemas para você.

Nestes dias (de segunda, dia 23, até hoje) , liguei pedindo ajuda, que se traduz APENAS em autorização para resolver o problema. A todos os serviços públicos que pedi ajuda foi-me indicado outro, e outro e outro... Acho que comecei a lista deles de cabeça para baixo, porque comecei pelo primeiro sempre, o Corpo de Bombeiros - o de menor responsabilidade no meu caso, diga-se a bem da verdade. Depois segui por ordem: Prefeitura Municipal GEMAP, 34313233, que me encaminhou para o 30655429, para falar com Poda, que me solicitou que ligasse no período da manhã, porque depois das 13,30h a responsável não estaria e ninguém senão ela, poderia responder por isso; na manhã seguinte, liguei para lá e me disseram que esse assunto era com a FUNDEMA, com a encarregada desse assunto, Neiva. Ela não poude me atender e enviou um assessor, Fernando - se a memória de 81 anos não me falha. Ele me passou um impresso de duas folhas para eu preencher e anexar documentos como dados de vistoria recente da Prefeitura sobre meu terreno, documento que depois de dez itens, mais ou menos, deveria ser entregue na própria FUNDEMA. E aguardar.

Pedi algo mais urgente, falei sobre a época de chuvas e vento. Ele me disse que então, eu solicitasse a ação da Defesa Civil. A Defesa Civil respondeu que esse assunto é da Prefeitura! E aí? Começar tudo de novo?

A grande vilã de hoje é a Palmeira Imperial que plantei no jardim, a um metro do muro da frente de minha casa. Linda! Majestosa! Só que as folhas de mais de 3m de comprimento (e que podem chegar a 4 ou 5) quando caem , assustam. Já causaram curto circuito nos fios de minha casa e da vizinhança, já caíram sobre carros estacionados na frente e ao lado de minha casa, já ameaçaram várias pessoas que caminhavam na calçada e continuam ameaçando a todos.

Tenho um pé de Ipê Branco, presente de José Eli Francisco, que fica a um metro do tronco da palmeira, e que anualmente, me oferece um buquê lindíssimo – agora está abrindo. Sobre suas flores estão 3, eu disse 3 folhas secas da Palmeira Imperial . Um sério risco para quem passa na calçada e para os fios de luz da Visconde de Mauá e da servidão onde moramos, ao todo, seis famílias. E para as flores do Ipê Branco.

Estou desde o dia 23 deste mês, setembro, pedindo ajuda.

Vou deixar acontecer?  



Isso é a busca de harmonia em um terreno doméstico de 200 m²


Vou chamar o Sr Hamiltom, seu caminhão e sua serra?

Ou devo começar tudo outra vez?

Até segunda-feira, dia 30 de setembro, eu resolvo e depois conto o que aconteceu.

Vocês são testemunhas de que tentei.
******************************
(Imagens colhidas no Google)
 

sábado, 28 de setembro de 2013

CAIÇARA SE VAI

Recebido por e-mail do Jornalista Roberto Harrop Galvão, de Recife, PE.

Infelizmente lá se foi mais um pedaço da história e do próprio Recife com a derrubada impiedosa do Ed. Caiçara, na Av. Boa Viagem, beira mar. Os índios construíam um cercado em torno de suas tabas e a este cercado davam o nome de CAIÇARA. Infelizmente o edifício Caiçara de Boa Viagem era apenas uma homenagem a um ícone da sabedoria militar indígena que não funcionou na defesa daquela relíquia arquitetônica pernambucana. Só resta escrever no local o seu epitáfio em latim, como homenagem dos recifenses: CAIÇARA REQUIESCAT IN PACE (Caiçara descanse em Paz)

Vejam este link com imagens e fatos do Ed. Caiçara:

https://www.google.com.br/search?q=edificio+cai%C3%A7ara+recife&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ei=PwpHUtmkH4O09QTPvoCoAg&ved=0CAcQ_AUoAQ&biw=1099&bih=487&dpr=1

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

AGORA É PRIMAVERA



 

UM DESFILE DE JARDINS E  PORQUES. AFINAL, Agora é primavera!
UM PASSEIO MARAVILHOSO PELA “NORMANDIE”, é tudo o que
 podemos desejar!

A FRANÇA É DIVINA, MARAVILHOSA! NÃO TEM COMO NEGAR...

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

INTERROGUEM OS SUSPEITOS


Um excelente tema em excelente prosa.
Meu amigo Hilton Görresen, francisquense de primeira linda, cronista de excelente cepa.
Mila Ramos

 

Hilton Görresen

 

Na cena final do filme “Casablanca”, quando seu amigo atira no agente nazista, o chefe de polícia francês avisa para seus subordinados: interroguem os suspeitos habituais. A frase é de grande cinismo, significa que os policiais vão apenas satisfazer as exigências burocráticas, sem prender ninguém, um modo de proteger o verdadeiro culpado.

Nos romances de Conan Doyle ou de Agatha Crysthie os principais suspeitos nunca são os culpados, é apenas um estratagema para distrair nossa atenção e acrescentar mais umas páginas ao livro. O bandido é, geralmente, aquele que menos esperamos que seja.

Se a vida real transcorresse como nos romances policiais, poderíamos descartar de cara os maiores suspeitos. O sujeito foi encontrado ao lado do cadáver com a arma na mão? Descartem. O homem teve uma morte suspeita em casa e a jovem viúva recebeu uma enorme fortuna de seguro?  Descartem. O adolescente saiu com uma faca na mão à procura do desafeto, que mais tarde foi encontrado morto? Descartem. Talvez aquela inocente velhinha que mora na esquina seja uma perigosa assassina. Ou o gordo senhor que se faz de bondoso, indo diariamente à praça a fim de dar comida aos pássaros.

Mas na vida real, salvo poucas exceções, os crimes não são tão sofisticados, as situações são mais prosaicas, nem é necessário ter o poder de dedução de um Sherlock Holmes.

. Como dizem os franceses: “cherchez la femme” (procurem a mulher). Na maioria das vezes uma mulher foi a motivação do ato, o estopim do crime. Não é preconceito contra as categorias a seguir citadas, longe de mim, mas pelo que acompanhamos nos noticiários, quando acontece um crime, não há dúvidas: estupro e morte de menor? Interroguem os padrastos, os primos, os vizinhos. Assaltos na hora e ocasião certas? Interroguem os caseiros, os trabalhadores em obras no local, os ex-empregados. Morte de viciado em drogas? Interroguem traficantes ou distribuidores da mercadoria. Morte de mulher recém-separada? Interroguem o ex-marido. Morte de ganhador da megassena? Verifiquem se a viúva tem amante. Latrocínio de solteirão solitário: procurem os jovens “michês”.

Claro que assim a coisa perde a graça.  Mas foi por isso que Dashiel Hammet, escritor americano, tirou os crimes misteriosos das belas mansões inglesas e os trouxe para o mundo real, tirando dos leitores a emoção e o suspense pela elucidação de um caso complicado, resolvido pela argúcia e por dotes extraordinários dos velhos detetives.

 

 

OS MORTOS DE FOME



Donald Malschitzky




Por favor, veja a hora antes de começar a ler.

A facilidade, a rapidez e a instantaneidade da comunicação moderna deveriam ser o lado bom da "aldeia global", uma aldeia em que, conhecendo mais e melhor as condições de vida de cada pessoa, sua forma de pensar e acreditar, seus anseios e frustrações, sua história dentro da história de seu país e de sua família, nos tornássemos mais conscientes e muito mais solidários. Infelizmente, o ditado: "O que os olhos não veem, o coração não sente" ficou incompleto, pois os olhos, de tanto verem, extirparam o sentimento do coração. Contra qualquer tese filosófica, tornamo-nos brutos pela ação do conhecimento; quanto mais sabemos, menos nos sensibilizamos com a tristeza, menos abominamos a violência, menos nos mobilizamos contra a desgraça.

Sabemos de regiões e países inteiros com populações com carência tão grave de alimentos que a sobrevivência já se transformou em desafio de horas, apenas. Vemos imagens na Internet, nos jornais, nos noticiários, de crianças esqueléticas sendo devoradas por moscas. Já nada disso nos revolta. A repetição da informação parece criar uma catarata moral, uma blindagem na alma. Acreditando que nada podemos fazer, banalizamos o sofrimento e nada fazemos. Às vezes mudamos para imagens de desfiles onde moças, quase tão esqueléticas quanto aquelas crianças, desfilam para outras moscas, as alienadas pelo luxo e o culto das aparências. Escondida a desgraça, a vida – a nossa – prossegue.

Mais de um bilhão de pessoas passa fome – a maioria, crônica – no mundo, mas existe comida em abundância para todos; o que não existe é número suficiente de corações dignos para promover o ser humano. O que existe é uma busca mórbida pelo lucro e pelas facilidades, o que faz com que seja mais barato deixar estragar do que adotar processos mais eficazes em todas as fases, da produção à distribuição, a ponto de hoje, segundo a FAO, serem desperdiçadas 1,3 bilhão de toneladas de alimentos por ano. Quase a metade das frutas e vegetais é desperdiçada no processo de colheita, pós-colheita e embalagem.

Nenhum desses números fala do desperdício criminoso de comida nas casas, onde compra-se demais, cozinha-se demais e onde guardar para a próxima refeição ou, mesmo, preparar apenas o necessário são provas de mesquinhez. E as aparências, sabemos, importam muito.

Pronto, você terminou de ler. Quantos minutos levou? Multiplique por 20; você chegou ao número de pessoas que morreram de fome no mundo enquanto você lia esta crônica.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

CARTEIRA DE IDENTIDADE

https://www.facebook.com/mulher.mae

Minha filha Raquel tem um blog cheio de visitas porque é muito interessante http://www.superlinda.com/. Este lembrete a mães e pais muito ocupados eu copiei de lá.
                                                Mila Ramos

LUA CHEIA, UM ESPLENDOR


( recebida por e-mail de meu amigo Tomás Salateo)




Numa saída a noite um australiano capturou uma enorme lua cheia na Nova Zelândia
O australiano Mark Gee capturou uma imagem impressionante da lua que espreita sobre um mirante do Monte Victoria, em Wellington (Nova Zelândia). Em poucos dias, o vídeo chegou a 110 mil pessoas e causa um web furor no Vimeo.

"As pessoas reuniram-se esta noite para ter a melhor visão possível do nascer da lua. Capturado o vídeo a 2,1 quilômetros de distância, do outro lado da cidade", disse Gee na descrição do vídeo.

Segundo o autor, o material é como ele foi filmado, sem qualquer manipulação.

"É algo que eu sempre quis fotografar por um longo tempo. Havia um monte de planejamento e tentativas frustradas", disse ele.

É um vídeo de cerca de 3 minutos, de incrível beleza, é uma preciosidade!!!





http://player.vimeo.com/video/58385453?autoplay=1

domingo, 22 de setembro de 2013

PRECIOSIDADE

Este filme foi um presente de meu amigo mineiro Camilo Viana, a quem agradeço.
Mila Ramos

PRECIOSIDADE !!!!

Casas sem muros, gente elegante frequentando o Parque Municipal, o charme das normalistas, ônibus elétrico,
o Minas Tênis em seu projeto original, etc.

E o cineasta é, nada mais, nada menos que Humberto Mauro, que hoje dá nome a uma sala de cinema no Palácio da Artes
(que, à época, não passava de um esqueleto de prédio no Parque).
Depois, caso queira, você tem, a sua disposição, um excepcional acervo de preciosidades da filmografia brasileira,
inclusive os conteúdos da Atlântida !!! Boa viagem para a saudade !!!!
 

sábado, 21 de setembro de 2013

UM PREGÃO DO GIRASSOL MASCATE

 






Hoje, o camelô da Rua do Mercado

contou-me um fato estranho,...inusitado:..

-Verdade, eu vi, com esses olhos aqui!



O canavial ali da ponte encheu-se,

nessa noite,de grandes cacaueiros.

E agora de manhã - afirmava o mascate -

a gurizada colheu

caixas e caixas de bombons de chocolate!



                                     -Verdade, eu vi!

                                                                     Mila Ramos




( imagens colhida no Google)

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

LEÃO À VISTA

                                                                Mila Ramos


( foto colhida no Google)

Estou na indecisão:

Não sei se vou ao circo

ou à Fazenda

para ver o Leão....

 

-Ali, no Circo, tem palhaço,

tem malabarista,

elefante e leão, tem gato, tem cão

e eu pago à vista.

 

Na Receita,

o palhaço sou eu, equilibrista,

máquina de calcular, bolso vazio,

conta sem fundo, cotas , notas...

e neste mundo,

tem leão  à prestação!

 

Ah! Mas eu prefiro o circo,

o malabarista,

rir do palhaço deles,

do  mundo cão,

do mundo gato

e do leão , à vista!

                          Mila Ramos

terça-feira, 17 de setembro de 2013

NOVENA


(Foto colhida no Google> Sinos)

É tardezinha, anoitecendo...

Lá na Igreja, o reverendo

reza na praça

pedindo graça pra nós também.

Enquanto o sino

espalha o grito: Vem, Vem!

                        Vem, Vem!



É a novena de Santo Antônio

Casamenteiro...

Tem barraquinha,

tem fogueteiro,

tem a bandinha do seu Bembém,

Alto-falante

Sino cantante: Vem, Vem

                      Vem, Vem!



          Vem a donzela
          enfeitada de domingo,

          Vestida de flor e pingo,

          pisando na dor do calo

          que fez na Missa do Galo...
                                             Vem, Vem!



           De fita azul, de rosário,

          de véu branco...

          A mãe , atrás, dá um tranco,

          Se olha atravessado

pra barraquinha do lado... Vem, Vem!



Ajoelhada,

Ela reza a Santo Antônio

qu´ela deixou amarrado,

de cabeça para baixo,

para agarrar home-macho... Vem,Vem



Acende a vela.

O padre começa a reza:

-" Em nome do Pai, e do Filho..."

( Foto colhida no Google.Novenas)
                    E já aí, a donzela

                    vai rezando ao jeito dela...

Faz reza forte,

ao Santo Casamenteiro,

reza nove noveneiro

                   -" Não quero o pai,

                   quero o filho,

                   do dono do armazém, Amém!"
                                   ********
                         
Mila Ramos

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

EMBARGOS MORAIS

STFvai rachado para decidir se aceita ou não embargos infringentes, temendo a espionagem dos USA - 11/09/2013

No estágio atual da perigosa bagunça institucional tupiniquim, não dá para conceber que o Supremo Tribunal Federal cometa o desatino de proclamar que seu regimento interno vale mais que uma lei, para aceitar os embargos infringentes que podem salvar muitos ilustres condenados no Mensalão, revendo as penas dadas inicialmente. Como o desfecho do Mensalão envolve interesses muito acima dos nacionais, qualquer decisão do Supremo pode gerar um tsunami institucional.


Os 11 ministros do STF se submeterão, na quarta-feira, ao mais delicado teste da questionável democracia brasileira, marcada pela insegurança do Direito e pela impunidade sistêmica da maior parte dos crimes cometidos pelos integrantes do Governo do Crime Organizado. Nos bastidores do poder, comentava-se ontem que o caso pode sofrer duas pressões psicológicas. Da que menos importa, a opinião pública, e da que mais assusta: a espionagem norte-americana tão em moda no noticiário.


A regra parece clara. Se a maioria do Supremo resolver quebrá-la, ficará escancarado o vácuo institucional que pode ter gravíssimas consequências políticas. A Lei 8.038 determina que as ações de competência originária dos tribunais superiores não prevêem o recurso dos embargos infringentes – previsto no regimento interno do STF, escrito antes da lei, em vigor desde 28 de maio de 1990, com a canetada do então Presidente Fernando Collor de Mello. Sexta-feira passada, Joaquim Barbosa já votou pela recusa do STF em apreciar os embargos infringentes.


A previsão de voto dos ministros está bastante complicada. Deve acompanhar Barbosa o ministro Luiz Fux. Dos demais ministros, tudo se pode esperar nesta questão da aceitação ou não dos embargos infringentes. O decano Celso de Mello é uma super incógnita, já fase inicial do julgamento, chegou a aceitar a possibilidade do questionável recurso. Marco Aurélio é outro que pode surpreender. Rosa Weber e Carmem Lúcia nunca deram pistas do voto neste caso. Ricardo Lewandowski, José Dias Toffoli, Teori Zavascki e Luiz Roberto Barroso podem aceitar o direito à apreciação dos embargos infringentes – ao menos na torcida dos defensores de 14 réus do mensalão beneficiáveis por tal recurso.


Existe a hipótese de o STF encenar o teatro jurídico do João Minhoca. Pode aceitar que os embargos infringentes são válidos como recurso – mais uma chicaninha para postergar a decisão final sobre o julgamento que nunca termina. No entanto, na hora de apreciar cada um dos embargos, podem não aceitá-los, em sua maioria, como um recurso capaz de modificar a sentença original. O modelo de "tudo pode acontecer" é que contribui para o antidemocrático clima de insegurança jurídica no Brasil da impunidade.


O caso dos embargos infringentes já foi claramente esclarecido por uma ex-ministra do STF. Ellen Gracie Northfleet garante que os embargos infringentes, para tentar um rejulgamento da Ação Penal 470, são letra morta no Regimento Interno do STF, pois tais recursos foram superados pela Lei 8038/1990. Ellen Gracie assegura que, como a norma não prevê recorribilidade às decisões de última instância dos tribunais superiores, em matéria penal, mas apenas cíveis, o julgamento do Mensalão já deveria ter sido executado.


Em artigo publicado em O Globo de 24 de julho passado,Graci Ellen e comprovou que a manobra jurídica da defesa dos mensaleiros não tem como ser acatada pelo STF. Ellen citou até o que ficou "magistralmente estabelecido pelo ministro Celso de Mello no julgamento da HC 72.465, em 5 de setembro de 1995: "Nos julgamentos que se procedem em instância única – resultante da prerrogativa de foro por exercício de função de relevo político -, as decisões finais são terminativas e irrecorríveis, salvo os esclarecimentos que se verifiquem necessários e que serão produzidos mediante o julgamento dos Embargos de Declaração.


Se Ellen estiver absolutamente certa, muitos dos ilustres condenados puxarão a humilhante cadeia. O Alerta Total insiste em uma tese institucionalmente indigesta. Caso a maioria do STF tome uma decisão que afronte tal princípio claramente exposto pela Ellen Gracie (o que é plenamente possível, por sua nova configuração), será o Judiciário quem correrá o alto risco de ser alvo dos protestos e até da ira de uma sociedade que clama pelo fim da impunidade em um País governado pelo Crime Organizado.


O STF já demonstrou que não deseja ser alvo de tais ataques. O próprio rigor no julgamento do Mensalão foi uma evidência disto. José Dirceu e sua turma até agora não engolem o fato de terem sido condenados com base na "teoria do domínio do fato" – e não na apresentação objetiva de provas concretas de seus atos de corrupção (o que, na realidade prática, é quase impossível de se conseguir). Mas esta é apenas um dos pecados do julgamento da Ação Penal 470 no Supremo Tribunal Federal.


O pecado maior é originário. Tal caso do mensalão nem deveria ter sido julgado pela instância máxima do judiciário. Se fôssemos um País com normalidade democrática, o processo teria começado e terminado nas instâncias básicas da Justiça, só chegando ao STF se houvesse a hipótese de um recurso final para resolver um desrespeito ou dúvida constitucional. Tudo de ruim foi causado pelo absurdo foro privilegiado concedido a políticos fora da lei – o que atrasa a punição dos crimes de corrupção no Brasil.


O pior de tudo. O Mensalão nunca acabou. A Ação Penal 470 só flagrou um dos formatos mensaleiros, sem punir seu verdadeiro chefão e beneficiário, que só a hipocrisia tupiniquim faz questão de não apontar quem é. Continuam ativas outras formas milionárias de desviar recursos de negócios públicos para negociatas privadas, em geral financiadoras de atividades eleitoreiras que tornam políticos milionários da noite para o dia. O Governo do Crime Organizado continua impune no Brasil.


Por isso, os 11 ministros do STF precisam ter clareza de um fenômeno bem objetivo. Ou eles se debruçam sobre a dura realidade, ou tal realidade vai desabar sobre eles e toda a Nação. Eis a lógica pela qual os mensaleiros não devem ser poupados. Tecnicamente, são bodes expiatórios. Deverão ser pretensamente punidos, embora os crimes deles já tenham compensado (e como!), para preservar os outros dedos da mão grande que assalta o Brasil.

Edição do Alerta Total –

www.alertatotal.net