quinta-feira, 10 de outubro de 2013

PRECISO DE UM DEPUTADO









No ano passado, só uma folha da Palmeira Imperial
estava sobre as flores do Ipê Branco, à sua esquerda.


Mila Ramos

A minha ignorância permitiu-me plantar mais árvores no meu pequeno jardim, do que ele poderia suportar: a única árvore que já havia - um jacatirão- negociei com o construtor para que fosse preservado.

Aí começei a plantar um ipê amarelo aqui, outro ali, um outro branco porque era raridade, uma touceira de banana-maçã misturada com banana-figo, mais uma goiabeira, depois duas laranjeiras e fui indo.


Depois resovi plantar uma pitangueira, para ouvir o canto dos passarinhos na madrugada e uma cerejeira que está dando flores ...


Ainda falta citar o pé de grumixama que, pela sua elegância, hoje é minha árvore de Natal.

E, no meio disso tudo, bem encostada ao muro fronteiriço de minha casa, plantei uma palmeira imperial.

E criei um baita problema para os passantes na minha calçada, para os carros que são estacionados no meio-fio, para o poste que faz as ligações de energia elétrica, telefone e TV das casas da servidão em que moramos , eu e mais as cinco famílias, e para as árvores que ficam ao seu redor.

O porque é simples: as folhas da Palmeira Imperial medem de três a cinco metros de comprimento e quase um metro e meio de largura. Já caíram sobre carros, dos quais tive de pagar o conserto, assustaram pessoas que passavam na minha calçada e pior, uma caiu sobre uma vizinha, causando arranhões e manchas roxas.

Os pés de ipê amarelo e, especialmente o branco, cuja floração é intensa e mostrarei isso em fotos que fiz na
primavera passada.
 E por que não com a floração deste ano? Simplesmente porque, sobre sua copa branca estavam quatro imensas folhas da palmeira imperial caídas sobre o ele.

Minha palmeira imperial é belíssima, tem mais de dez metros de altura e sua copa fica acima de todas as árvores que plantei aqui, mas só o ipê branco sofre por sua proximidade com a palmeira.

E vocês estarão se perguntando: E para que eu preciso de um Deputado?

Trata-se da impossibilidade legal que temos, de suprimir uma árvore de seu jardim, mesmo que você possua árvores numa área de terreno doméstico - como o meu, que além de uma casa de 160 metros quadrados, divido o espaço restante com uma pequena piscina para os netos e as minhas árvores. Não posso derrubar nenhuma porque é crime.

Aí entram os Deputados: quem sabe eles podem pensar num adendo para a lei que regula esses problemas e que possa dar direito aos proprietários de pequenas áreas urbanas, de suprimir uma árvore, se é que ela está causando problemas para seu dono ou para a comunidade.

Se uma excessão como essa não for criada na legislação atual, é preciso que aconteça algum problema com uma árvore de seu quintal, para você ver o que a FUNDEMA exige de você.

Há um formulário de nove ou dez ítens e é preciso juntar às informações solicitadas, uma certidão dada pela Prefeitura Municipal - com data recente.

Vejam aí o possível problema que minha Palmeira Imperial, se subtraída, pode causar ao meio ambiente da região, já que preciso de uma certidão de que o terreno é urbano e se sua subtração não vai causar um descontrole climático para nossa região.

Preciso de um Deputado para livrar-me de uma árvore que está causando problemas para vizinhos, transeuntes, para a energia elétrica, já que a tal palmeira está a meio metro do poste que nos permite ter luz, TV, telefone.

Eu fui à FUNDEMA para pedir permissão para livrar-nos  dos riscos que aponto aqui, mas pediram tanta coisa, tanta, que eu resolvi deixar de lado o crime que eu ia cometer para livrar-nos da Imperial Palmeira da minha casa, que foi plantada por mim e não pelos  históricos obreiros da belíssima Rua das Palmeira.  Aliás,  essa bonita rua nunca abriu caminho para Príncipe nenhum.

Preciso de um Deputado, pelo amor de Deus!

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