segunda-feira, 28 de abril de 2014

ABRIL AMARGO

                                                 
         Republicação de Mila Ramos, dada a sua irritação!

Esse mês é o tal abril amargo!
E de muitos brasileiros sérios e trabalhadores, uns mais, outros menos, mas todos fazendo uma força danada para juntar papéis, notas, comprovantes de tostões gastos com as despesas que a Receita aceita como desculpa para não cobrar mais, mas sempre assustando-nos com aquela malfadada malha fina...
“- Isso não pode!”
“- Isso também não pode!”

E lá vamos nós refazer as contas, somar, diminuir, dividir tudo outra vez ( multiplicar também não pode!) grampear recibos, procurar de lupa para poder enxergar, no recibo do plano de saúde, quanto custaram nossas dores  e opções de males  dos quais nos prometem proteção, mesmo daqueles dos quais jamais sofreremos, graças a Deus! Segurança ou mau agouro? Sei lá, só sei que pago!
O recibo do dentista fica sempre menor do que precisávamos e arrependemo-nos de ter pedido aquele descontinho danado, que agora faz falta! E o salário da doméstica, mas só de uma e só dos doze por cento que o INSS já levou, faz tempo.
Aquele atestado do médico, pode. Só não pode é o remédio que ele receitou: aí, vc arranja dinheiro para ir ao médico ou pagar o Plano de Saúde, mas NÃO RESTA PARA COMPRAR O REMÉDIO. Engorda o cartão para o mês que vem .. ou  morre!
Minha poupança, agora, virou patrimônio do Leão: guardo o que posso para ele ou faço mais uma prestação, a do  Leão! (sic)
- Fazer o quê?
Se do que eu ganho, quase trinta por cento é dele, mais o dia-a-dia...Viver custa caro!
Não o viver do Leão, o nosso viver.
E a Leoa?
... Ah! Ela sai pela mata afora brincando com os pobres "bichos" e lambendo-se toda pela alegria de ser dona da festa, de distribuir as sementes e a água dos rios, de matar a fome dos “filhotes” de cada ninho da floresta.
E eu choro a cada mil reais que pago para “nada”...

Desde que o leão passou a temperar meu abril com o amargo de impostos absurdamente elevados e mal aproveitados, eu descobri que o dinheiro era meu só de  mentirinha...

                 
                                                                                        
Mila Ramos

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