joaompmachado posted: " O assunto
agora são as eleições, os candidatos, os debates entre candidatos, tudo o que o
povo parece ignorar ou desprezar seja porque a desilusão com os políticos é
geral, seja porque o nosso sistema eleitoral está esgotado e desacreditado, "

O
assunto agora são as eleições, os candidatos, os debates entre candidatos, tudo
o que o povo parece ignorar ou desprezar seja porque a desilusão com os
políticos é geral, seja porque o nosso sistema eleitoral está esgotado e
desacreditado, ou porque as reformas mais necessárias não constam dos programas
ou das promessas vãs dos que aspiram ao poder ou pretendem nele se perpetuar.
Os arranjos, os conluios, as coligações espúrias e meramente eleitoreiras, os
gastos enormes e inúteis com propaganda, viagens, eventos, comícios, tudo isso
nos faz ter vontade de escapar para o mundo da imaginação e da fantasia, para
“um outro mundo possível”, o da utopia. Nesse, os nossos representantes nos
representariam de verdade, cada comunidade, cada bairro, cada aldeia e cada
cidade teria voz e voto. Não haveria partidos, mas conselhos, conselhos de
professores e de estudantes, sim, de estudantes para que pudessem expressar as
suas aspirações e os seus temores, seus desejos e suas reivindicações; conselhos
de médicos e de todos os tipos de terapeutas; conselhos de ecologistas e de
urbanistas... Nesse, a defesa da natureza e a organização das cidades seriam as
preocupações de todos e a principal meta da Economia. Nesse, a injusta
desigualdade seria crime e a solidariedade seria lei ensinada nas escolas desde
os jardins de infância. E os criminosos seriam tratados em clínicas
especializadas tanto em recuperação psicológica quanto em reeducação social.
Ah! como é bom se deixar levar pelas asas do desejo ou do sonho com um país e
com um mundo menos corrupto e menos previsível. Como é bom imaginar para o
Brasil, já que estamos na era tecnológica por excelência, que poderíamos
multiplicar clones dos melhores políticos, clones inumeráveis de Pedro Simon,
por exemplo, ou de Cristovam Buarque, incorruptíveis como o primeiro e heroicos
quixotes defensores da educação, como o segundo que, infelizmente parece falar
sozinho para uma nação grandiosa e terrível, tão rica e tão pobre pois ocupamos
o triste 8º lugar entre os países com o maior número de analfabetos e o
vergonhoso 79º lugar no ranking mundial de desenvolvimento humano.
A
realidade é avassaladora: “Quatro PMs da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP)
do Jacarezinho foram presos (...) sob a acusação de terem violentado duas
mulheres e uma adolescente.” – Notícia do Globo de 7 de agosto. Quando a Polícia
Pacificadora é formada por elementos capazes desse tipo de crime, que mais
podemos esperar? Que país é esse? E há mais notícias semelhantes: “Jovem de
classe média, acusado de abusos sexuais está foragido” e “PM reforça
patrulhamento na Vista Chinesa onde mulher foi violentada”... Essas são
ocorrências divulgadas, mas há centenas de outras que não chegam aos jornais. E
quais são os nossos candidatos aos cargos públicos que se comprometem a encarar
esse problema, por exemplo?
Quando
diante da campanha eleitoral preferimos nos refugiar no sonho e na fantasia é
porque a realidade social e política tornou-se insuportável.
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