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terça-feira, 20 de outubro de 2015
BNDES, UM ESCÂNDALO
segunda-feira, 19 de outubro de 2015
COMO DRAGÕES DE KOMODO
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foto do Google |
É urgente conformar-me com Dilma e Lula porque são mais desonestos do que imaginamos, são capazes de trocar votos e ministérios por poder e muitos dos Deputados e Senadores que aí estão apoiando ladrões, foram eleitos por nós. Quem sabe a lição de " como escolher políticos para votar" será aprendida desta vez.
Cuidado quando a próxima eleição chegar, marquem seus nomes e marcaremos pontos contra a peçonha desses campeões da esperteza nacional.
Os brasileiros estão desistindo de recorrer às ruas - eu é que não posso sair por aí gritando contra quem quer que seja, porque vão achar que eu, com 83 anos, além de velha, estou maluca. Minha tribuna é esta escrivaninha, meu público é quem sabe ler e tem computador, meu eleitorado é minha família, minha cozinheira, a massagista e duas cuidadoras. Pouco, não?
Já foi muito maior, mas na velhice, como tudo, o voto também acaba. Exemplo disso é Pedro Simon: ser grandioso mas envelhecer .
Minha esperança é essa: o novo eleitorado que está se formando mudará este Brasil. Eles não vão mais levar em conta que o vereador é seu vizinho ou parente porque se sua ficha for conhecida por grandes dívidas, mal comportamento social, enriquecimento desconfiável, não vai dar não, meu caro. Seus Vereadores serão homens e mulheres de bem, honestos.
Seus Deputados – estaduais ou federais- serão analisados num primeiro mandato. Do segundo em diante, terão de mostrar trabalho, senão, voltam para sua vidinha de "não faz nada".
Seus senadores, mais cuidado ainda, porque sua vida pública será de oito longos, longos anos – o que eu nunca entendi porquê.
Nosso país será melhor quando nossos políticos valerem à pena .E esqueceremos que houve um tempo em que nos roubavam o voto, o tesouro nacional, as grandes empresas, roubavam muito, roubavam sempre. E quando a coisa ia ficando feia, mandavam-se para outros partidos e, se piorasse, corriam dali e se escondiam em outro país. Ou escondiam o dinheiro roubado.
Só que, lustrosos políticos ladrões, os paraísos fiscais acabam virando o éden, de onde os ladrões são expulsos .
Ora , como aplaudir nossas autoridades, quando elas saem mundo afora abrindo contas com dinheiro roubado da gente. Ou o dinheiro não é da gente? É sim, e deles também.
Hoje, estava ouvindo o JN e imaginando o que acontece com a personalidade de um adolescente ao ver o seu teto cair sobre a cabeça de seu pai, de seu avô, de seu bisavô de barbas brancas, talvez nem entendendo mais muito bem o que estava acontecendo à sua volta
É doloroso saber que 61% dos políticos brasileiros são desonestos: antes de tudo, querem enriquecer, comprar bons ternos - se possível, brilhantes, camisas e gravatas 'descombinando', mas é a moda no Congresso : primeiro eles querem que a roupa brilhe, depois fazem implante de cabelos na velha e cansada careca, divorciam-se da mulher de sua idade para ter uma jovem estrela ao lado. Muitos deles recebem, de cara, a desnorteante pergunta: é sua filha?
Por tudo isso, têm o hálito dos Dragões de Komodo quando acuados e são ferozes quando disputam o dinheiro público, no caso, sua presa.
E são horríveis como aqueles animais.
Nada disso faz mal! Vale porque político ladrão não tem vergonha de nada mesmo!
Lula, Dilma e muitos de seus amigos e assessores têm características deste modelo!
Ou provem que não!
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quarta-feira, 7 de outubro de 2015
O amor é sempre misterioso. Até mesmo o que sentimos por alguns autores mais do que por outros. Jorge Luis Borges, ele próprio um escritor apaixonante, evocou pela vida afora, em entrevistas, cartas e textos, o escritor que havia encantado a sua adolescência: o britânico Robert Louis Stevenson nascido na longínqua Escócia. Eu tive e continuo a ter uma grande paixão pela francesa nascida na Borgonha, Gabrielle Sidonie Colette, ou simplesmente Colette, que encantou a minha juventude e continua a me encantar cada vez que a leio ou releio.E assim como fiz questão de conhecer alguns ensaios críticos sobre o não menos apaixonante Marcel Proust, li sobre Colette, entre outros, o maravilhoso livro de Julia Kristeva a ela consagrado na famosa trilogia sobre o gênio feminino, (do qual as outras representantes são Melanie Klein e Hannah Arendt). E há pouco tempo percorri, de Guy Durey, o Abecedário de Colette, e só não posso dizer de A a Z porque acaba em W, a letra inicial de Willy, pseudônimo do primeiro marido da escritora, (Henry Gauthier-Villars), que descobriu e estimulou o talento da jovem borgonhesa que haveria de elaborar uma das escritas mais fascinantes que a literatura francesa deu ao mundo.Colette (1873-1954) é de uma época em que a gratuidade da arte ainda equivalia à sua absoluta necessidade. Ela fez pantomima, foi atriz de vaudeville e de teatro quando até mesmo o que hoje chamaríamos de entretenimento possuía uma “aura”, um certo mistério. Foi na literatura, porém, que essa artista múltipla se revelou magnífica. Desde os primeiros livros assinados abusivamente por Willy, depois por Willy-Colette, a escrita tornou-se sua grande aventura, como diz Durey, - a aventura das palavras, da língua e da poesia.Sim, porque sem nunca ter escrito versos, como a nossa Clarice Lispector, Colette criou também um oceânico poema em prosa. Seu uso refinado e original de metáforas revela uma visão de mundo enriquecida pelo conhecimento de plantas, flores, insetos e animais, aguçada pela sensibilidade aos cheiros, às cores e aos sabores, tudo o que a infância em Saint-Sauveur-en-Puisaye e o jardim paradisíaco de sua mãe nela fizeram desabrochar. Decorre daí sua tão famosa sensualidade, que é abrangente, que é erótica como a vida. Por isso, Julia Kristeva define sua escrita como la chair du monde, a carne do mundo.Vitalista, como Nietzsche, Colette é também psicóloga. Seu olhar penetrante analisa os personagens de forma implacável, mais como quem observa e compreende, não como quem julga e condena. E quando aborda temas que outros escritores podem tornar escabrosos, ela o faz com delicadeza e muitos silêncios. Libertária nos romances, como em sua própria vida, jamais é escatológica ou vulgar. Há malícia em muitos dos seus relatos, mau-gosto, jamais. Seus livros foram parar no Index da Igreja Católica provavelmente por causa de sua vida considerada “imoral”, para os padrões da época, não pelo que escreveu. Ou talvez o Vaticano estivesse numa fase totalmente avessa à poesia. Pois em seus livros, quando os tons são mais crus, há também delicadeza, quando o tema é erótico, há também pureza.Meus amigos conhecem a pequena coleção de pesos de papel, que venho aumentando ao longo dos anos, numa clara e confessa imitação da grande coleção de sulfures, que a escritora francesa preferia chamar de bolas de vidro ou bolas coloridas. E ao referir-se a elas, costumava brincar dizendo que eram pesos de papel para não pesar sobre papel algum, como “arte pura por sua inutilidade”. Colecionou-os, contudo, por mais de trinta anos explicando que “o que é inútil é quase sempre inesgotável”.Isso lembra uma epígrafe, de Henri de Regnier, que Maurice Ravel colocou na partitura de uma de suas obras: Le plaisir délicieux et toujours nouveau d’une occupation inutile. (O prazer delicioso e sempre novo de uma ocupação inútil). Contemporâneo e amigo de Colette, o grande músico, inspirado em texto dela, escreveu uma de suas obras-primas: L’enfant et les sortilèges.É uma ópera totalmente diferente: o personagem principal é um menino que está vivendo uma crise de rebeldia e se diz com preguiça de fazer os deveres, com vontade de, ao contrário do que sempre acontece, colocar Sua Mãe de castigo e porque ele quer ser “mau, mau, mau”!Irritada e cansada, a mãe o deixa num helsalão que dá para um jardim e, de repente, móveis e coisas tomam vida, se animam e cantam e dançam e as alucinações crescem e se multiplicam, parecendo que tudo se arma contra ele. As árvores e os bichos do jardim também o acusam e ameaçam. Até o momento em que, ao encontrar um esquilo ferido, o menino se compadece e cuida da pata do bichinho. Seu gesto bom é suficiente para redimi-lo de todas as traquinagens. Tudo se acalma então. Arrependido, sua última palavra é um chamado: Mamãe!Escolhi, para vermos e ouvirmos, um belo trecho dessa obra cuja estreia ocorreu no Teatro do Cassino da Ópera de Monte Carlo, em 25 de março de 1925, há 90 anos. É quando o fogo começa a dançar e a cantar e as pastoras do papel de parede também cantam. |
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