sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

NATAL DE ANTIGAMENTE



 


Não tinha Papai Noel, nem vestes vermelhas, barbas brancas nem presentes... Igualzinho aos meus Natais da infância. Lembro bem.

Na época, lá pelos idos finais de 30 e começo de 40 do século passado, eu era criança, em Tijucas.

Século passado, fácil de dizer, mas estranho de ouvir... Parece que vivemos um século inteiro, mas para mim é como dizer no mês passado, no ano passado. Tudo está claro nas minhas lembranças, nas minhas histórias da carochinha, nos vestidos de babadinhos - o que afinal, está na moda outra vez.

É só você fechar os olhos e recostar numa cadeira de balanço e tudo vêm à tona, tudo se refaz e a alegria volta. De repente, abra os olhos e sentirá que está sorrindo outra vez.

Mas, não era bem sobre isso que eu queria falar!

Eu queria falar de Menino Jesus!

No meu tempo de criança em Tijucas, quem trazia presentes na noite de Natal, não era um velhinho barbudo com um saco nas costas  e com um ho ho ho, que quer dizer: Cheguei!"

Boas Festas , Bons Presentes!

Isso, na noites de Natal dos ricos – ou mais ou menos, o que eu não era na infância.

Mas era muito bom, muito alegre, porque nessa época, a gente ainda não tinha perdido ninguém: família grande, muitos tios, muitos primos.

Os hábitos eram diferentes.

Naquela época, a criançada “emborcava o prato” para o Menino Jesus: catávamos, no quintal, a mais fresca grama ou o capim mais verdinho, fazíamos um molho com algum cordão que havia sido guardado para a santa tarefa natalina, pois essa era a ração que colocaríamos debaixo do prato e que seria o alimento para o burrinho que carregava o Menino Jesus e Maria. São José caminhava ao lado, puxando o burrinho e o fazia parar na frente das casas das crianças que haviam emborcado o prato onde , depois do burrinho comer todo o capim, o Menino Jesus colocava guloseimas ou algum brinquedo simples, um carrinho feito a mão por alguém da família, em segredo. Ou uma boneca de pano, meu presente inesquecível.

Todos dormiam.
Alguns sonhavam que o Menino Jesus havia esquecido de parar na sua casa, fruto de algum remorso por travessura feita, e acordavam chorando. Mas logo passava! A mesa da sala de jantar da Vó Querubina, onde morávamos, amanhecia sem capim.

O Menino Jesus havia estado ali. E a festa começava na manhã de 25 de Dezembro de todos os anos. Íamos para a frente da casa, numa calçada de três a quatro degraus – onde era a Selaria do Vô Pedro, e ficávamos mostrando para os amiguinhos que passavam.
Mais tarde, 10h, íamos à missa, de vestido novo.

Não havia Papai Noel!

Não sei quando ele surgiu na minha vida e nem quando me apaixonei por ele.

Hoje, tenho minha casa ornamentada de Papai Noel, no Natal.


Mas o presépio é o momento mais lindo e verdadeiro no Natal Cristão, é sim. A cena do Menino Jesus na manjedoura, José e Maria, Anjos, animais e a estrela apontando o lugar de nascimento de Nosso Deus Menino, é enternecedora.

Faz-nos lembrar que o Natal, menos que Papai Noel, presentes, jantares e champanhe, é um momento de cristandade, de amor,de paz.

Um momento de Deus em nossa Vida! Lembre disso!

E seja muito feliz!






Lindas histórias!





Fotos colhidas no Google




 




sábado, 22 de dezembro de 2012

PARA QUEM CHEGA até aqui






FELIZ NATAL e PRÓSPERO ANO DE 2013 para todos os visitantes deste meu blog.
Sejam bem-vindos!

Mesmo para os mais distantes deste nosso Brasil, – são tantos os estrangeiros (e brasileiros residentes mundo  afora) os que me visitam diariamente...
árvore de Natal flutuante na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro (Google)
 
 Agradeço a  todos,
 
recebam este meu abraço.
                       Um PRÓSPERO ANO DE 2013! 
                                 
                                                                             

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

ESTE MENINO




 
Lá vem chegando o Rei...

Um Rei-Menino,

Filho de Deus-Pai e de Maria-Rainha,

A Santa-Mãe do Filho-Deus que vem chegando!

................................

E por isso é Natal!

E tem presentes,

tem graças

             e tem Papai-Noel,
             o velhinho feliz

             de eterno riso,

             carregado de  
pacotes de grandes ilusões

e pequenas certezas...

...................................

E por isso é Natal!

Árvores, velas, orações, canções e glórias..

- Glórias a Deus-Filho

envolvido em luz na manjedoura

a esperar por nós:

          braços abertos,

mãos cheias de amor,

olhar de paz

a renovar esperanças já vencidas...

....................................

... mas porque é Natal,

é preciso ter fé neste

 Menino, 
um  Rei!
FOTOS COLHIDAS NO GOOGLE
                                     
 

REENCONTROS NA WEB

Paulo Leal Silva posted on your timeline
"OI MILA RAMOS, NOSSA EX-PROFESSORA. SOU O PAULO SILVA DE SANTA LUZIA (PAULO JOSÉ LEAL DA SILVA), FILHO DO CASECA JEREMIAS. FOI TUA MÃE QUE PARTICIPOU DO MEU NASCIMENTO HA 67 ANOS ATRÁS. TENHO ENORME GRATIDÃO POR ELA ,MESMO NÃO ESTANDO MAIS ENTRE NÓS. DONA ZELÂNDIA, COMO CHAMÁVAMOS, TENS CHEIRO DE TIJUCAS. TUDO QUE ESCREVES NOS LEVA DE VOLTA A UM PASSADO RICO QUE JAMAIS VOLTARÁ. FOSTE E CONTINUAS SENDO UMA TIJUCANA COM CHEIRO DA TERRA. PENA QUE NÃO NOS ENCONTRAMOS NA RUA, NA IGREJA ,NA PRACINHA, MAS A VIDA É ASSIM ; NOSSO FARDO VAI FICANDO MAIS PESADO, CHEIO DE SAUDADES E ETERNAS RECORDAÇÕES. MAS NA CAMINHADA, SE DEUS QUISER VAMOS NOS ENCONTRAR. ABRAÇÃO."

Este é um ex-aluno, de Tijucas, minha terra natal, onde moram minhas melhores lembranças .
O pai do Paulo era um cavaleiro exímio. Lembro-me de dizer á minha Mãe, Emília, que seu Caseca Jeremias - ele era conhecido e chamado assim, pelos dois nomes, o que era raro nos idos de 1950- parecia sentado numa poltrona, quando cavalgava.Fazia inveja.
A web faz esses milagres: reencontros inesperados e queridos.
Paulo, um grande, um imenso abraço, meu aluno, ex-aluno.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

MUITO COMUM





 Gosto das coisas comuns!

 De mar, de sol, de lua,

de andar descalça pela rua,

 de jogar paciência no tapete...

 

                 De olhar a chuva que respinga na vidraça

                 e decifrar a gotinha

                que a figura traça...

De toalha branca em mesa posta...

 quem não gosta?

 

                    De música e poesia,

                   de ficar sozinha,

                   pensar e ter saudade,

                   de estar com gente que é gente de verdade....

 

De remexer em aparelho enguiçado...

 de resolver problema complicado.

 

                         Gosto de carta que logo tem resposta...

                         Quem não gosta?

 Gosto das coisas comuns!

 Gosto de margaridas no jardim,

 gosto de ipê florindo na janela,

de um papo gostoso à luz de vela,

 de ouvir  rádio,

 ler jornal,

 de banda desfilando, carnaval...

 

                    Gosto do abraço que me enrosca...

                    gosto do rosto que o meu rosto encosta...

                    quem não gosta?

 
Gosto das coisas comuns...

De incomum

 só gosto de você!

( Mila Ramos)
Fotos colhidas no Google

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

do livro MARIA-SEM-VERGONHA


(Google)

             
MARGARIDA
 
......... tu me lembras paixão

e nem deverias...

      A margarida singela,

      sem o furor dos amantes,

            sem ímpeto nem magia,

            o que me lembra paixão em ti?

Por que te endeusei de amor,

se o amor que me deste,

acovardada,

escondi..?
Mila Ramos

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

É NATAL, SORRIA!



 É Natal, sorria!

Atente para a euforia das cigarras no entardecer de mais um dia, e ouça o

coro da natureza juntar-se aos sinos, que vibram pela verdade de que Deus se

fez homem para nos salvar...

Caminhe pelas ruas, converse com desconhecidos, cumprimente-os, distribua
 
um pouco da felicidade que você desfruta, com quem está de sobrolho
 
carregado.

 Dê um bom dia aos solitários, assobie uma canção alegre e diga "oi" para o

guarda casmurro e autoritário.

Pare na calçada e ouça a história triste de um pedinte...

Apanhe, do chão, um papel amarrotado e coloque-os, sorrindo, no carrinho do
 
gari...

Faça coisas simples, diferentes do seu dia-a-dia: ofereça uma flor à mulher

sentada no meio-fio de seu prédio, a amamentar uma criança de olhar triste...

Fale de futebol com o executivo preocupado e carrancudo, com a pasta cheia

de problemas, parado à porta de um Banco. Ele também precisa de você!

- E sorria! Sorria muito porque é Natal!
 

E, especialmente, não se envergonhe de parecer feliz num mundo tão

conturbado por flagelos e discriminações, onde a fome supera a dor em

intensidade, e onde a  sede é saciada com lágrimas.

Tenha esperança e fé.
 
A seca vai passar. 
 
As flores aparecerão outra vez pelos campos e nos rios secos de agora, a água
 
borbulhará com peixes como outrora... 
 
Tente ser feliz! 
 
Ainda é possível ouvir o pássaro que canta em alguma árvore junto da sua
 
janela...

Não permita nunca que a indiferença gele seu coração para as coisas lindas da
vida...
 
... porque é Natal, sorria!
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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

A CULPA É DE QUEM?



Imagens colhidas no Google

 A geração dos anos oitenta ou noventa, talvez mais ainda, está pagando o pato pela má condução social e educacional que as autoridades brasileiras e a própria família vêm dando à formação de nossos filhos, crianças ou jovens.

Nós não criamos uma geração preparada para enfrentar a maldição do século: a droga.

Acho que nem sabíamos bem o que viria a ser isso. Nosso pavor foi tão grande às primeiras manifestações do tal veneno que, ao invés de enfrentá-lo, fugimos dele.

E até quando se pode fugir de um monstro que toma ares de fantasia, que tem fulgor, sensações fantásticas, magia? Diante de garotões atingidos pela falsa alegria que vinha substituir nosso heróis juvenis, nossos desenhos do gibi, das figuras fantásticas como Peter Pan ou Romeu e Julieta, nosso dedo apontava para alguém que deveríamos evitar, isolar, condenar. Era preciso sentenciá-los à solidão obscura dos antigos exemplos do repúdio aos leprosos...

Era a hora da ação, da ajuda, da ciência.

Mais tarde seria tarde demais. E foi.

Ninguém entendeu o momento dramático que nossos  ingênuos jovens atravessavam e ninguém foi ao encontro deles, de braços abertos . Ninguém sabia o que era aquilo.

A sociedade omitiu-se, a ciência tardou, as Igrejas - todas- silenciaram.

O Governo, ah! O Governo! Este é sempre o último a aparecer, a destinar tempo e verba para a educação e a saúde.

Primeiro as obras que jogam um holofote sobre os eleitores não esclarecidos, sobre assuntos de ordem social. Primeiro os discursos, a base necessária à próxima eleição, as viagens. Sobre moral ou saúde, a gente vê depois.

Mas não viram. Nunca viram.

Apareceram nas periferias das cidades maiores dominadas pelo fantasma do tráfego, da imaginação de nossos jovens mais pobres, depois a chamada "classe média " e, enfim , o domínio de todos os nossos meninos de ontem, transformados em seres tomados pelo mundo perdido das drogas, do crime, da alienação.

Quem são os culpados?


Uma sou eu.Tive medo.

E você?





domingo, 16 de dezembro de 2012

A MESA ESTÁ POSTA


Estou chegando de um lugar que é um encanto: terra e mais terra a perder de vista

e Mata Atlântica, água jorrando e fazendo barulhinho quase de cachoeirinha,

campos plantados, caminhos recém-abertos...


As árvores que paramos para ver de perto são um encanto à parte, para mim.


As “taças” formadas pelos pinheirais  “oferecem-se” a quem as admira.


Bebi nelas a natureza do meu Brasil, já em terras paranaenses.


Um barracão prenuncia a casa que logo estará ali.


Casa aberta a quem ali trabalha e quem por ali vive.


Dois cães, um “jovem policial” ainda alegre e brincalhão e um outro temível, preso a
um longo varal que vai até bem longe.


Gente assando churrasco bom como nunca havia provado e gente tocando um violão afinado, acompanhado da voz carregada de emoção e sombreada de tristeza.


Gente saboreando um papo logo ali, papo que silenciava quando a voz  nascia do peito do artista tristonho e saudoso das estâncias do sul...


A mesa está posta: tábua de carne, uma faca afiada a dar medo, farinha boa e uma refrescante bebida ao gosto de cada um.

E minha filha estava lá com seus amores, feliz com0 ela só!

E eu também.

 

sábado, 15 de dezembro de 2012

ANTES QUE SUBA A MARÉ











Dá-me os castelos de areia

que a maré desmancha

e eu refaço, remonto,

levanto as muralhas, as torres,

                                                         os sonhos.

Dá-me a constância da onda,

o sal do mar,

o mar do sol queimando as fantasias.

Dá-me a noite caindo,

o mar de lua,

o baixio,

a maresia, o aguapé

                           





..Dá-me   os castelos castelos ,

  meus sonhos de volta

  antes que suba a maré...

(Mila Ramos)
Imagens colhidas no Google

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

CUIDADO MOÇO






Cuidado, moço!

Não cutuques ninguém de coração calado,

nem digas "oi" pra solidão nenhuma....



                                             Cuidado!

                                             Não acendas lanternas
 
                                             de esperanças antigas

nem entoes cantigas

para danças de outono...

O som, a  trilha,

a luz que brilha,

o olhar que disfarça

o branco da garça da beira do rio,

a trilha apagada,

neblina pesada, sem brilho, sem som...


Fera cutucada,

solidão pisada...

-Cuidado, moço!

(Mila Ramos)

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

MENINO DE RUA



Menino

moleque

safado

pivete.

Vivendo

roubando

batendo

apanhando.

Tão sujo

faminto

pisado

enxotado

dormindo na rua.

Pivete

safado

moleque ....

...........................

Menino Jesus dos nossos Natais ?....
 Mila Ramos

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

A HORA DO PARTO




 

                         

                            

 
Seu nome era Maria – Maria das Dores -  para pagar uma promessa feita pela mãe quando ela tivera sarampo.

Agora, já casada, era só Maria, Mariazinha.

Viera do Postinho de Saúde do Iririu para sua última consulta antes do bebê nascer e, segundo o médico, estava tudo pronto e a criança poderia “chorar” a qualquer hora.

Dali seguiu ainda até o centro para comprar algumas lembranças de Natal. Mas voltou logo ao Terminal da Praça da Bandeira  e sentou no primeiro banco livre que encontrou no ônibus, já bem no fundo.

 

Maria era uma jovem grávida, parecendo mesmo em seu último mês de espera: cabelo claro e levemente ondulado, amarrado no alto da cabeça em um coque despretensioso, de onde alguns fios se desprendiam ao embalo de uma milagrosa aragem que entrava pela janela do ônibus, agora em movimento.

A viagem até o Aventureiro começou e ela recostou-se no morno banco, fechou os olhos e deu Graças a Deus! Logo estaria em casa.

 

Tinha boas notícias para dar ao marido, José, jovem trabalhador de uma pequena fábrica de móveis que ficava no bairro: o bebê estava prestes a nascer, a saúde da mãe estava bem.

Era só aguardar sua chegada.

 

Em casa, descalçou a sandália suada já na entrada, tomou um copo de água bem fresca, tão grande era sua secura, e atirou-se na cama limpa e fresca.

Relaxada, adormeceu...

 

Sonhou que já era Natal.

E, pesada, terminava os pequenos reparos na  árvore que arranjara num grande vaso onde estava plantada s sua árvore da felicidade, agora viçosa.

Terminou de enfeitar o bolo de chocolate com balas de goma coloridas, quando ouviu alguém bater à porta e acordou.

 

Queria levantar mas estava indisposta, uma dorzinha estranha lhe pesava nas costas, na altura das cadeiras, como dizia sua mãe.

Conhecia a voz, era Izabel, a prima enfermeira que terminara, há pouco, seu plantão na Maternidade Darcy Vargas.

-Entre, disse Maria, preciso de ajuda!

 

Logo ficou claro para Izabel, que o bebê ia nascer. Maria estava encharcada, a bolsa estourara e este sinal era a evidência do parto!

-Meu Deus, Maria, chegou a hora, chama o José, o teu marido.

 

Bendito celular!

José logo chegou, com Marta, sua cunhada.

Menino ou menina, ninguém sabia, preferiram a surpresa.

À espera do nascimento, Maria preparou as roupas brancas.

 

Uma contração maior agora: Maria sua em bica, José seca-lhe rosto tenso, corado.

A dor era mais forte.

- Força, Maria! Força que o bebê já “coroou”, gritou Izabel!
 
 
E então ele nasceu!

 
Era um menino forte, rosado, lindo.

E José gritou chorando, abraçando Maria:

- É Jesus! Seu nome é Jesus de Joinville, um Príncipe!

- Um Rei em nossa casa, viva o Rei!

Hosana!