sexta-feira, 25 de maio de 2012

Risíveis, como diria Milan Kundera

Quando não choro pelos absurdos do IR e de suas exigências, rio mesmo.
Senão, vejamos:

Posso usar o que paguei para médicos, mas não o que paguei pelos remédios.
E, se não comprar os remédios, morro.
Posso pagar a consulta do oftalmologista, mas não posso descontar o que gasto para fazer os óculos.
Se não fizer os óculos, não enxergo.

 Vou ao médico, pago a consulta e descubro que tenho apneia, pago os exames e guardo a nota para o IR. Até aí, tudo bem!
A gente sabe que tem a doença, mas se não comprar o aparelho ( o PAC, não o da Dilma, claro), pode morrer da tal apnéia. 
Mas a nota fiscal do PAC não pode descontar no IR. Morra, portanto!
A gente não ouve, quase. Vai ao Otorrinolaringologista! Guarda a nota fiscal para o IR. Mas se não tiver como comprar o aparelho auditivo, continua surdo, porque o IR não permite o desconto da nota, valor do aparelho auditivo!

Afinal, para o Governo, o que é saúde?
É correr de médico em médico só para ter certeza de que está doente? Isto ninguém precisa dizer, nós sabemos.
Saúde é viver bem. Não basta saber que nosso mal foi diagnosticado. Precisamos do aparelho para ouvir, dos remédios para sarar, dos óculos para ver, etc, etc.

Mas o desconto do IR, não mesmo .
Que dói, dói!
Pagar ao governo quase 30% do que se ganha, fora todos os impostos embutidos em todos os tostões que gastamos nas lojas, no supermercado, na quitanda, na farmácia, no posto de gasolina e no custo do carro e suas taxas, dói! Dói muito!

É a doença mais grave da qual o povo brasileiro sofre.

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