sexta-feira, 29 de junho de 2012

         
   
    ERNTE                                                

                 Mila Ramos

Vom Regen

ernte Ich den Glanz

Vom Donnern

den Schreck

der mich weckt

und mich rüttelt.





Und vom ganzen Unwetter

ernte ich den friedlichen Himmel

der folgt.



   - Zur Ernte

genügt die Weisheit des Wartens

                  __________

                   Em 1994

                      Version: Maria Thereza Böbel

                      Revision: Elly Herkenhoff

                     




segunda-feira, 25 de junho de 2012

Faço 80 anos hoje.



Eu faço 80 anos hoje.  

Na verdade, não percebi diferença nenhuma de ontem, com 79, para hoje. As diferenças veem de longe.

Veem do tempo em que eu gostava sair – e tinha companhia para isso.

Veem do tempo em que, para ver um bom filme, eu precisava sair de casa.

Veem de quando eu gostava de comprar roupa nova, de fazer dieta e emagrecer, de arrumar o cabelo, de usar salto alto...

As diferenças veem chegando aos poucos e a gente nem se dá conta. Salvam-nos os filhos e os presentes que eles nos dão: netos! Bisneto -já vem chegando o primeiro aí...

O primeiro choque vem com a aposentadoria, mas doeu pouco porque logo fui chamada por pessoas que confiavam em mim aos 60 anos, para um árduo trabalho cultural. Consegui realizá-lo.

Depois  parei de jogar, segundas animadas com a Vada, a Mariza, a Hilda - depois a Yara.

Depois, assumi com prazer e orgulho, uma página semanal em a Notícias do Dia e fiz leitores a mil. Quando cansei, pedi pra sair, deixando, segundo a Direção do Jornal, as portas abertas para meus pensares. Às vezes, volto lá.

Depois disso, comecei a não sair de casa. E ainda pago para ficar aqui.

Sou dona da minha vida, não sei até quando. Cuido da minha saúde, vou aos médicos sozinha, ao banco, ao supermercado, à livraria. E só. À Igreja, quando posso ir à tarde, pois que minha Igreja de Nossa Senhora de Fátima e de Santo Antônio, às vezes, celebram Missa à tarde.

Aos domingos, minha fé fica ao encargo do Divino Pai Eterno e Ele vem aqui em casa.

Não vou mais a festas. Nem a enterros.

Não acho graça em nenhum dos dois.

Gosto que venham à minha casa as pessoas que gostam de mim.

Minha casa me sustem, meu jardim me encanta, meu escritório é meu amparo. Ele preenche-me de quase tudo o que ainda necessito : zelar pela minha memória que é muito boa, graças a Deus. Não digo ótima porque, de repente, falta-me o nome de alguém ou de algo, uma palavra que tem o significado exato para o que quero dizer ou escrever. Aí, salvai-me Santo Aurélio.

Minha leitura sempre me sustentou e hoje é meu passatempo maior. Vivo alimentada por excelentes autores, alguns atuais, outros mais antigos, mas todos muito, muito bons.

E o computador preenche-me todo o espaço livre ( benditos GBs) e leva-me para perto de quem está longe, mas vive no meu coração.

E envelhecer  foi um processo impercebível e indolor para mim, graças a Deus.

sábado, 23 de junho de 2012

AMAZÔNIA INTERNACIONAL?

Para a sua meditação!

A grande farsa.

Por Carlos Chagas - Tribuna da Imprensa


Presta-se a algumas conclusões o reconhecimento de que desmatamos a Amazônia muito mais do que recomendaria o bom senso. A primeira, de que, além de haver faltado com a verdade, o governo acaba de fornecer munição para a cobiça internacional. Basta passar os olhos nos principais jornais da Europa e dos Estados Unidos. Todos abrem espaço para o que lhes parece a destruição do "pulmão do mundo", não demorando o retorno da seqüência de que a Amazônia precisa ser internacionalizada. Para alguns ingênuos e um número bem maior de malandros, o Brasil carece de condições para deter soberania na região, estando a prova nas sucessivas queimadas e devastações denunciadas e reconhecidas.
Texto completo
Não se imagina qualquer ocupação militar por parte das nações ricas. Elas saberão das sucessivas transferências de unidades militares do Sul, Sudeste e Centro-Oeste para a Amazônia, nos últimos anos. Não que pudéssemos enfrentar por mais de quinze minutos uma guerra convencional contra alguma "coligação" tecnologicamente muito mais avançada. Acontece, porém, ser outra a estratégia brasileira: nossos guerreiros se transformarão em guerrilheiros.

Por esse motivo já nos obrigaram a assinar um tratado militar comprometendo-nos a não colocar minas em pontos-chave da floresta. Não importa, essa iniciativa só depende de nós. Além disso, vêm sendo cavados bem fundo, no solo amazônico, depósitos de munição, combustível e mantimentos.

Não faz muito uma delegação das Forças Armadas brasileiras visitou o Vietnã. Por via das dúvidas, fomos buscar a experiência de um povo que saiu vitorioso nessa espécie de conflito. Entrar, os adversários podem. Sair, só derrotados...

Existem outros tipos de internacionalização, como o da aquisição de imensas glebas amazônicas por estrangeiros. Vergonhosamente estimulados pelo próprio governo do Brasil, e pela lei, os compradores arrendam milhares de hectares por 40 anos, renováveis por mais 40, comprometendo-se a preservar a floresta, mas, de modo estranho, autorizados a extrair madeira.

A invasão se faz por via econômica, impulsionada por mil e uma ONGs, nacionais ou vindas de fora. Além de tentarem interromper o desenvolvimento da região, que numa etapa inicial gostariam fosse um imenso jardim botânico, essas entidades trabalham tribos indígenas, apesar delas constituírem parte indissolúvel de nossa população. Pretendem transformá-las em "nações".

Além disso, convenceram o Congresso e o governo a conceder-lhes monumentais espaços onde o cidadão brasileiro é impedido de entrar, mas, estranhamente, estrangeiros podem. Aguardam a oportunidade para algum organismo internacional reconhecer a "independência" dessas nações, com governo próprio e até assento na ONU.

Seria, então, oportunidade para estabelecerem protetorados e sucedâneos, celebrando acordos de "cooperação", imagine-se por parte de quem. Estaria consumada a exploração das riquezas amazônicas, o verdadeiro objetivo de toda essa farsa.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Millôr, 1984, POEMINHA ECOLÓGICO

Enquanto Ludwig
destrói a Amazônia
com seus tratores,
eu, aqui em Ipanema,
rego meu pote de flores.
                           Millôr Fernandes
                           no seu livro "POEMAS", em 1984.

terça-feira, 19 de junho de 2012

SÓ OS HONESTOS SE GARANTEM






Certa vez um professor de Ciência Política chamou-me de ingênua quando disse a ele que ainda acredito em política e em políticos.
Ele disse que o tempo me mostraria o quanto de lama se esconde por trás de partidos políticos e do poder.

O tempo passou e continuo acreditando mais em política e em políticos honestos (porque são necessários) e porque há espaço garantido para eles no panorama político de qualquer nação.



E só os honestos se garantem.
Os desonestos e ladrões não se firmam. Alguns demoram mais, mas a "fruta" muito madura, apodrece e cai por si...
Vejam o que está acontecendo no nosso país!



Medalhões da esquerda e da direita, todos festivos, há eras brilhando na política de seus partidos, mandando e desmandando, bancando animador de auditório ou empinando o nariz e engrossando a voz para impressionar os mais humildes e iletrados (sic), erguendo os punhos e jurando pela honra de seu país e de suas famílias que ali estão para defender os interesses da Pátria, mas priorizam os seus interesses e os de Suas Excelências.

Nunca se imaginaram caindo do galho ou sentindo o chão sumir debaixo de seus sapatos caros e lustrados.

 Sentem-se os donos do mundo, indestrutíveis, imortais.  Indespedaçáveis.



E aí estão!

Destruídos, mortos, despedaçados.

Verdadeiros bobos da corte, apelando para os mais ridículos gestos e atitudes, mudando o guarda-roupa, a cara, mudando roteiros, mudando de peso. Só não conseguem mudar a cara abobalhada de quem foi pego com as calças na mão.



Eu continuo achando que político honesto existe! Os bons ainda estão lá, mas eu acho que em número muito menor...infelizmente, mas não podemos desmerecê-los.

Vamos ver quem se garante!






sexta-feira, 15 de junho de 2012

rio+20 Aqui as baleias nascem.E quem faz isso com elas?


VERMELHO



Não é de pôr-do-sol

nem de bandeiras, nem de raros rubis.

Este vermelho é de rasgada veia

no profundo do mar:

- é sangue de baleia!

De baleia roliça,

primeira bailarina do balé aquático

- baliza flutuante

- acrobata menina, saltimbanco.

Volteia e dança pelos palcos dos mares,

estrela obesa e nua,

em contorções exóticas,

provocantes,sensuais...

- Ingênua criatura!

Nem suspeita que o olho que a espreita

nada tem de paixão!

É de insano humano baleeiro.

E este vermelho que surge,

e deixa o mar tingido,

nada tem de flechada de cupido:

-É arpão, bailarina!

Da penúltima cauda, o abano./

Do penúltimo espetáculo dos mares,

vermelho de sangue e de vergonha

um homem - sem nome - fecha o pano!
______________________________________ 


 RED

It’s not the sunset,

Nor the flags, neither the rare rubies.  

            This red

            Is the torn vein

            In the deep sea:

            It’s whale blood!

From a round whale

The first ballerina in the aquatic ballet

-        Floating cheerleader-

Acrobatic girl

“Saltimbanco”.



Turns and dances through the stages of the seas,

Obese and naked star,

In exotic

Provocative, sensual  moves.

Naïve creature!

You don’t suspect that the eye that spies on you

Has nothing of passion.

It is the insane human whaler

And this red that surges

And leaves  the sea  tainted

Has nothing to do with the cupid arrow:

It is a harpoon, ballerina!

…. the one before the last tail, the wave…

….the one before the last show of the seas,

Red from the blood and from the shame,

 A nameless man closes the curtain…

Mila Ramos

                                                                       translated by Esther Vieira

quinta-feira, 14 de junho de 2012

PENÚLTIMA GERAÇÃO, ÓTIMO!

Quem me dera ter outra vez o meu primeiro celular, aquele que só fazia e recebia chamadas, era do tamanho de um queijo-prato de meio quilo, sua bateria durava um dia, se tanto, e que era do tamanho de um picole de chocolate. Mas fazia o que eu queria: telefonar e pronto!
 Agora, complicaram tudo.
  Meu celular,  de penúltima geração, faz tanta coisa, mas tanta, tem tantos botões, tantas das chamadas "funções", que não consigo usá-lo para falar com minha secretária , porque a mesma   colocou o "bendito" aparelho dela, numa tal função que só registra chamadas e manda para uma tal caixa de mensagens e poderá ser cobrada.

 Cobrada de quem? De mim ou da dona do telefone que não atendeu a ligação que eu estou pagando para fazer?
  Aí, eu desligo chateada e acabo tocando numa tal tecla que liga algo que eu não queria ligar e que não sei o que é: entra uma musiquinha. Tento desligar. Não sei como liguei, portanto não sei como desligar. E começa a maratona: pegar o tal manual de instruções!
 Cheio de códigos e sinais que eu também não entendo, aponta um mesmo botão para mil e uma utilidades, desde que o toque seja assim, assim, ou assim, entenderam?
E o som zoando.
 Procuro um botão para desligar e não acho. Nisso, brilha um flash  e estou fotografando não sei o que! Minha cachorra sai disparada de perto de mim, porque morre de medo de lanterna.
   Larguei o celular e fui atrás dela. Fiquei  no jardim acalmando-a e acalmando-me.
Afinal, o mundo não acabou.

De repente, a maldita bateria de "longa duração" vai acabar e o tal radinho vai calar a boca. Ou um dos meus filhos vai chegar e "domar aquela fera" que eu comprei para me ajudar a resolver problemas de comunicação, ora!
 Um celular com rádio - cuja música é horrível-, com e-mail - que não uso porque meu  computador é maior e melhor- , uma máquina fotográfica com mil recursos, que faz filmes e eu nunca consigo usar, porque quando preciso, demoro tanto a achar a função, que  o motivo do filme já era... Um celular que serve de lanterna e eu nunca acho o botão quando falta a luz...
Pra que eu quero isso?
Quero é meu tijolão da década de noventa.



Mas também, a década de noventa não volta mais, não é?

SIGNIFICADO DE NOITE


SIGNIFICADO DE NOITE! Vocês sabiam disso?



Achei interessante. Nunca tinha me dado conta!


Em muitos idiomas europeus, a palavra NOITE é formada pela letra
N + o número 8 na respectiva língua.
A letra N é o símbolo matemático de infinito e o 8 deitado também
simboliza infinito, ou seja, noite significa,em todas as línguas,

a união do infinito!!!

Português: noite = n + oito
Inglês: night = n + eight
Alemão: nacht = n + acht
Espanhol: noche = n + ocho
Francês: nuit = n + huit
Italiano: notte = n + otto


domingo, 10 de junho de 2012

POLÍTICOS?

Meu Deus,

o que é isso que se vê?

Que praga é essa que infesta a Casa,

a mesma Casa que se diz do povo?

Que língua falam?

De que massa se fez

esse político oco,

lustrado,

inútil,

mané coco,

desonesto,

paspalhão,

inculto e arrogante?


Ah!Quem me garante que não fui quem o fez?

Políticos, políticos...

O que dizer de mim que votei em vocês?

terça-feira, 5 de junho de 2012

No dia do Meio Ambiente, o meu sonho ...

AZUL

Cassem o predador porque "a terra é azul"!...

Coloquem-no sob algemas,

vedem-lhe os olhos,

amordacem-lhe os sentidos.

Depois, frente ao azul do rio,

tirem-lhe a venda para o desafio da dança azul dos peixes

na transparência das águas.

Em mar aberto, deixem que olhe o infinito azul,

mostrem-lhe o vôo do albatroz,

o mergulho azul da gaivota.

Deixem que veja onde brota a lenda das sereias....

E, sentidos soltos, levem-no para a floresta:

Ali, ele ouvirá, extasiado, o canto universal mais afinado,

o sabiá, o azulão, a cotovia,

o ensaio geral da sinfonia na regência febril das arapongas.!

Então, a fera predadora morrerá!.

E, da visão nostálgica do cosmo, ressurgirá,

puro e translúcido, um homem muito azul!

( Mila Ramos)

domingo, 3 de junho de 2012

TENHO O JEC NO CORAÇÃO


Escrevi sobre meu time mesmo numa época em que nem equipe de profissionais tinha mais. Disse que estava esperando o Joinville sacudir a poeira e voltar arrasando, ao Futebol de Santa Catarina, porque o JEC é o JEC; aliás, esse era o título que abria minha crônica no Notícias do Dia, , há três anos. Falei e escrevi isso porque sempre acreditei no meu time.

Ontem, dia 02/06, ele desbancou o Avaí, em Florianópolis, dentro da Ressacada. Uma linda vitória! Vibrei de felicidade, porque fazia  anos que isso não acontecia... É um grande recomeço!

Abri a porta de minha casa e fui para a rua ouvir o grito do JEC e esperar pelo foguetório!

Um silêncio de doer na alma! Nem um só foguete subiu para o desabafo do joinvilense, nem um!

Eu moro na zona norte, longe do estádio do JEC... Será por isso? No centro houve festa? Aqueles carros com buzinaço e bandeiras saíram pelas ruas e só eu não ouvi? Tomara que seja isso e não o silêncio do torcedor. Ou o Joinville Esporte Clube não tem mais torcedor daqueles  empedernidos,  para garantir foguetório nos dias de vitória? Se for por isso, só falta chorar, muito!

Mas quero crer que meus velhos ouvidos não tenham captado o som vivo e entusiasta de um foguete vibrando no ar num dia de Vitória do meu time!

Parabéns ao meu timaço pelo feito de ontem! Valeu, JEC!
Mila

sábado, 2 de junho de 2012

Na História das Democracias



(Reinaldo Azevedo)



Márcio Thomaz Bastos. Nunca antes na história das democracias houve alguém como ele. É um ser único no mundo democrático.

Olhem aqui: todos têm direito a um advogado. É fundamento do estado de direito. Ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo ou a se autoincriminar. É outro fundamento do Estado de Direito.


Márcio Thomaz Bastos é, sem dúvida, um dos maiores criminalistas do país. Fez fama e grande fortuna nesse ramo. Que o advogado provavelmente mais rico do país atue justamente na área criminal , eis um emblema da vida pública brasileira, não é? Ao mesmo tempo, Bastos sabe cuidar de sua reputação politicamente correta. O militante lulo-petista falou, por exemplo, como “amicus curiae” no STF em defesa das cotas raciais. Curiosamente, pronunciava-se em nome da Associação dos Advogados Afrodescendentes. Adiante.

Não! Não serei eu aqui a julgar doutor Márcio em razão da qualidade de seus clientes. Isso não faz sentido. Seria o mesmo que dizer que o Estado se torna coparticipe de crime quando nomeia, por força de lei, um defensor para o pior dos homicidas. O ponto definitivamente não é esse.

O problema de Márcio Thomaz Bastos não é sua expertise de criminalista, mas a sua inserção na vida política. E Acabou? Como criminalista no Ministério da Justiça, foi dele a tese de que mensalão era mero caixa d ois de campanha. O esquema Delta, diga-se, tem tudo para ser um mensalão de dimensões pantragruélicas. Não venham me dizer que devemos encarar como coisa corriqueira o fato de Dr. Márcio ora estar de uma lado de balcão, tentando coibir o crime, orar estar do outro, oferecendo seus préstimos profissionais a criminosos. Não há nada de errado numa coisa. Não há nada de errado na outra. Uma e outra são parte do jogo democrático. Quando as duas condições, no entanto, se juntam num homem só, há algo de errado é na República.

Consta que a defesa de Cachoeira custará R$ 15 milhões ao contraventor. 99,9% dos criminalistas brasileiros — na verdade, dos advogados — não ambicionam receber isso ao longo de, sei lá, 10 ou 15 anos; uma vida, quem sabe? Por isso, claro!, parabéns ao doutor Márcio. Mas não o parabenizo, não!, por ser, a um só tempo, um homem que domina segredos de es tado e do principal partido do poder e também o advogado de um criminoso que tem relações íntimas com essas duas instâncias.

Se os parlamentares quiserem elogiar o criminalista, fiquem à vontade. Se quiserem elogiar o ex-ministro da Justiça, vá lá. As duas coisas no mesmo discurso? Aí não! Isso é mais sintoma de um problema do que motivo para regozijo. De resto, dado o perfil, não será doutor Bastos a estimular Cachoeira a dizer tudo o que sabe justamente contra o grupo de poder e a corrente ideológica que fazem do advogado a mais fina flor do pensamento dito”progressista e de esquerda” do Brasil.

Vejam que coisa: Márcio Thomaz Bastos detém hoje segredos de Estado (foi ministro de uma das pastas mais importantes), segredo do PT e segredos do Cachoeira. Tudo isso e, consta, mais R$ 15 milhões só nessa causa. O Brasil que ele sempre disse que queria mudar tem sido muito generoso com ele.

Por Reinaldo Azevedo
u duvido que exista em qualquer outra democracia do mundo alguém como ele. É militante partidário; é um dos principais conselheiros e interlocutores de Lula (d entro e fora do poder formal) — o mesmo Lula que tenta, a todo custo, manipular a CPI; foi ministro da Justiça; guarda os arcanos da República e do PT.

Essa condição lhe rendeu hoje, durante a CPI do Cachoeira, muitos elogios, salamaleques e rapapés. Ora, foi durante a sua gestão no Ministério da Justiça, com a Polícia Federal sob o seu comando, que se estabeleceu no país a República do Grampo. Foi sob o seu comando que setores da PF decidiram brincar de luta de classes, com algumas operações espetaculosas para demonstrar que “os ricos também choram”. Sob os seus auspícios, prisões, digamos, midiáticas ganharam o noticiário. O preso poderia até ser solto logo depois, mas a notícia já estava garantida. E se criou então um mito: acabou a impunidade, acabou a festa!