Não sei aonde buscar mais esperança...
Faz tempo que meu coração brasileiro anda disparando à toa,
como se fosse menino de morro malcriado, brincando de ser bandido com arma de
verdade.
E é por absoluta falta de esperança! Buscar esperança
aonde?
Sem ter pai - nem se lembra mais dele, coitado!
Sua avó deve ter morrido
cedo, vítima de bala perdida, sua mãe tem de trabalhar para comprar comida e
nosso herói sem afeto, precisa ajudar o bando e ser chefiado por alguém que não
pode aparecer porque tem “um nome a zelar”.
O jeito é ir treinando a pontaria para ver se, num dia próximo,
consegue um lugar “ao sol”: mata alguém que dá manchete, passa a ser procurado
pela polícia, ganha um apelido chinfrim e sobrenome de favela.
Pronto! O moleque do morro está com o futuro garantido nas
prisões de segurança máxima, com cela individual, três refeições por dia,
direitos humanos defendidos por entidades internacionais, direito à escolta com
segurança policial em vôos reservados, com muito dinheiro rolando e com direito
a nos encarar em fotos que contrariam seus humores. Ah! Os valentões nunca
baixam o nariz!
Essa é a história sempre curta de heróis assassinos: na
maioria, morrem é mesmo cedo, na juventude dos cheiros e das picadas, sobrando
mãe sem carinho e pai sem exemplo.
Este é mais ou menos o retrato dos meninos da favela dos
grandes centros. Mas, infelizmente, nós estamos chegando lá: o número de
homicídios aumenta a cada semana, em Joinville. No Brasil
todo.
E o Estado Brasileiro onde está? Por que não consegue
manter a ordem e a disciplina nem dentro dos presídios, quanto mais nas ruas?
Nem lá, nas prisões, onde é investido nosso rico dinheirinho – sim, é claro que
nós sustentamos os bandidos – nem lá, o Estado consegue impedir que matem e
seqüestrem via celular: crime super bem organizado.
Mais bem organizado do que o Estado Brasileiro, pelo visto.
Vergonha para os políticos, para a Justiça, para a Polícia,
para a Igreja e para quem deveria pensar mais por nós.
Vergonha para nós, cidadãos, que nada fazemos pelo direito
de viver com o conforto conquistado com trabalho.
O que pagamos é pouco para encher os bolsos dos bandidos de
colarinho branco e engomado pela cocaína.
A vergonha na cara é objeto de luxo em quem manda no cofre
tupiniquim. Quem me dera um novo Caramuru para botar medo nesses párias da
Terra Se Santa Cruz...
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