sexta-feira, 31 de agosto de 2012

FRASE DE 1920







Frase da filósofa russo-americana Ayn Rand (judia, fugitiva da revolução russa, que chegou aos Estados Unidos na metade da década de 1920), mostrando uma visão com conhecimento de causa:







"Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada;

quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores;

quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho,

e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você;
quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto sacrifício;

então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada".

 

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

MADUREZA


 


Amigas antigas...

 


 Quero dividir com você


 A alegria acumulada na passagem do tempo,


no som das vozes da infância,


na música  de todos os bailes


-     mesmo dos que não fui -,


 sons de festas de igreja


 e de meus carnavais...


Quero dividir com você os dias de sol


e as tardes de chuva,


 os instantes que passaram      


e os que virão...                                 


Quero dividir com você o que me  proibiram,


os presentes que não ganhei,


os vestidos que não tive,


as flores que não prendi nos cabelos,                                     


o amor que não tive


e o amor que ganhei.


.

Quero dividir com você


a minha madureza....

    _____________________

!- amigas
2- minha mãe
3- viagem nossa 1954.
4- flores da vizinha

terça-feira, 28 de agosto de 2012

MERCADO MUNICIPAL DE JOINVILLE



                               

 

O prédio antigo do Mercado Municipal, construído pelo então Prefeito Procópio Gomes, lembrava os mercados de Florianópolis e o de São Francisco do Sul.
 Foi derrubado e substituído pelo atual, uma imitação de estilo enxaimel, pelo qual tenho lá uma certa má vontade.

Não posso, no entanto, negar que ir ao Mercado é sempre um acontecimento para mim.

Aquela confusão de gente entrando e saindo, comprando e carregando, falando, discutindo o preço disso ou daquilo, sempre me causa comoção, uma certa ternura, vontade de conversar com alguém do meio, ouvir suas histórias, suas reclamações, enfim, viver seus casos, seus fatos, saber do dia-a-dia deles.

 Na sexta-feira  à tarde fui lá.

 Precisava de um pouco de tudo que só lá se encontra do bom e do melhor, e senti logo que a casa estava cheia: o estacionamento pedia tempo, esperei uns dez minutos por uma vaga ao lado do pobre Rio Cachoeira, (que se escondia de vergonha debaixo da ponte), até que alguém saiu e me acomodei num cantinho. Açougue novo, senti falta do Sr. Lalinho, e fui olhar a beleza dos badejos, ver se tinha robalo para o almoço de sábado.  Comprei depois de reclamar do preço, achei que o camarão estava muito sofrido, desmanchado e não comprei. Disse ao Gilmar que voltaria na próxima semana para ver se, com a chegada do sol, o camarão fic
Mais uns passos e entrei na banca dos grãos.

Sempre cheia, peguei minha senha – ali não tem essa de idoso, o negócio é esperar sua vez e pronto.

Ao meu lado, alguém comprava o que eu chamo de milho moído, mas é o nome pelo qual é conhecido é quirera.

Querendo conversa, perguntei se ele estava comprando comida para passarinho. Ele, sorrindo, respondeu:

- Para os passarinhos e para mim.

Eu ri, dizendo que ia comprar grãos para meus pássaros da natureza e ele completou:

- Separe um pouquinho, deixe de molho de um dia para o outro, depois cozinhe com sal, cheiro verde e alho; faça um bom prato com costeletas de porco fritas e a senhora nunca mais vai comer nada igual!


No dia seguinte, estava almoçando a receita do meu novo amigo do Mercado Municipal.

Seu nome, Simão Pedro!ava mais bonito.

Fui adiante, a minha barraca de verduras estava desativada.

Alguma coisa aconteceu com a turma do repolho, da couve-flor, do tomate e das minhas frutas preferidas. Teria sido a chuva intensa?

 Mas não vamos falar disso!

sábado, 25 de agosto de 2012

CASA OU APARTAMENTO?



 

Quem, até hoje, resolveu, numa boa, mudar de casa para apartamento, sem viver um drama?

Estou nessa.

Moro em casa com um jardinzinho para me alegrar, com passarinhos da natureza e com flores que me encantam. Gosto dos meus efêmeros ipês amarelos, das minhas begônias e, especialmente da minha pitangueira na frente deste escritório, onde a passarada canta e briga por pequenos frutos. Alguns tão afoitos que vêm aqui na soleira da minha janela, onde grãos de alpiste, milho e sementes várias, são colocadas para provocá-los a se aproximar.  Tento uma foto mas eles se espantam e somem em meio aos galhos da árvore protetora.

Moro em casa. Sei das despesas a mais, dos riscos (onde estaremos seguros?), da solidão na temporada de praia, dos pedintes tocando a campainha a qualquer hora do dia, enfim, sei de tudo do que me livraria se morasse em um apartamento.

Minhas amigas que mudaram de casa para apartamento, jamais se arrependeram da opção feita. Muito pelo contrário. Contam as vantagens de chegar ao final de semana, passar a chave na porta e viajar sem riscos, da beleza da vista da varanda, do pára-raio, da ausência de mosquitos, do salão de festas do prédio, da despreocupação com a área externa e da vantagem de um zelador para resolver pequenas questões, recepcionista de plantão.

Parece ser o paraíso.

Mas está difícil me convencer a deixar minha casinha ao rés do chão. Tenho medo de morar sozinha, é verdade, mas parece que finquei raízes aqui, há vinte e poucos anos, quando vim da minha rua no centro, fugida da água.

Finquei raízes.

Uma delas é minha cachorra, tão apegada a mim quanto eu a ela. Como me desfazer de um cão que me adora, que sempre me saúda com um abanar de rabo alegre, como quem diz: estava sentindo a tua falta!

Onde deixá-la? Nenhum bom prédio a aceita. Acho que os construtores de prédios deveriam acrescentar um canil com gramado e areia às suas ofertas de mais conforto, além de larga varanda onde pudéssemos tomar sol com um animal de estimação.

Que tal a idéia da construção de prédios com canil?

Quem não adoraria morar num bom apartamento com esse conforto especial? Sei que alguns prédios aceitam pequenos cães, mas minha Dana é labrador, fazer o que?

Continuar morando em casa até quando Deus quiser,

com o som dos pássaros e vendo minha Dana correr pelo jardim.

Sonho é sonho.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

IDOSO VOTA, SIM!


  


Houve um tempo em que idoso era respeitado. Não sei se era em decorrência das barbas longas que davam legitimidade à idade dos homens, enquanto que o cabelo branco dava uma certa solenidade às mulheres.

 Mas isso faz tempo, até porque tanto homens quanto mulheres levam, agora, muito mais tempo para serem chamados de idosos ou velhos.

Eu, do alto dos meus 80 anos- apesar dos cabelos brancos, também não me chamo de velha nem quando o dinheiro não chega para o mês todo. Faço minhas compras no Supermercado, dirijo meu carro, vou ao Médico sozinha.Aí o cartão estica e segura as pontas até o novo holerite chegar.

Velho de hoje é diferente: leem muito, jogam cartas com amigas de sempre, vão ao lanche da turma nas quartas-feiras, cuidam dos cabelos, da pele e algumas até fazem dieta e exercícios para manter a saúde e a beleza.

Os casais que envelhecem juntos se dão muito bem, viajam juntos, vão dançar, ficam mais dependentes um do outro e, quando se deparam com a tragédia da morte de um deles, o sobrevivente têm um baque forte, um desequilíbrio na vida: mudam de hábitos e  se isolam um pouco, o que não faz bem a ninguém.

Idoso é sempre um caso complexo.

 Sério mesmo é no que diz respeito à sua cidadania. Aí é feio!

Começam dispensando-os do voto.

Mão deixem de votar meus amigos e amigas idosas, pelo amor de Deus!

Não pensem que essa dispensa do direito de votar é por achar que é melhor você ficar em casa e descansar, que é um direito.  Direito nada! É um relegar da nossa cidadania!

 

- É um “deixa para lá, são tão poucos”...

 

Que poucos nada! Somos capazes de inverter resultados, basta que nos organizemos.

 

Continue votando, meu amigo idoso, enquanto puder. E quando não puder mais ir sozinho, peça ao filho que o leve, mas não abra mão deste direito, não aceite os “favores” do Estado que não respeita mais seus direitos como cidadão nem suas necessidades básicas, fundamentais.

E esta liberdade que temos de ir ou não às urnas é uma das causas pelas quais o Governo - seja Federal, Estadual ou Municipal - despreza nossa classe, nas reivindicações dos nosso direitos. Não somos somados na hora da contagem de votos, única coisa que faz com que um político valorize um ser humano.

“- Eles nem votam mais, pensam eles.”

Como não votam? Vamos votar todos, sim senhores candidatos, vamos pesar na balança, vamos ter representação política, sim!

Candidato só enxerga o mapa de cada urna eleitoral, e se não somarmos lá, perdemos a cidadania, o peso social. Nunca fiz greve me ela nunca me fez falta!

 Como imaginar alunos chegando no portão da escola e o encontrando fechado?

Vamos votar, meus queridos irmãos idosos, votar em peso,

vamos conhecer nossos candidatos muito bem, escrever a eles  dizendo o que pensamos e o que precisamos. Vamos fiscalizar o trabalho dessa gente  que sorri para nós só até às 18 horas, quando as urnas fecham. Daí em diante, ninguém conhece mais ninguém.

Não devolvam ao Governo o Direito do Voto. É nossa voz!

Use-o a seu favor.

(Mila Ramos)

 

 


terça-feira, 21 de agosto de 2012

AO PAI ETERNO







FOTO DE FAMÍLIA



Quando oro ao Pai Eterno,

tenho a visão sagrada da família:

O Pai, majestoso e sagrado,

santa a calva, marcando a eternidade,

barba crescida e branca da bondade,

olhar sereno e forte.



Era o dia da foto da família!



Maria estava linda como sempre,

sua mais preciosa coroa A coroava,

manto de ouro ornado, mãos em prece,

puros os olhos, pele imaculada,

só ansiava por Jesus que se atrasara.



O Espírito Santo,

na sua plumagem mais iluminada,

pura, fogo e luz, A acalmava:



-Fique em paz! Sei onde está!

-Vou avisá-Lo!

E Ele chegou vindo da Terra,

aonde fora em cura,

a chamados de dor.

Atravessando nuvens e trovoadas,

cabelos encharcados,

mal encobriu os ombros,

apressado,

e sentou-se ao trono, com seu Pai.



Eis aí Pai Eterno:



O Pai,

o Filho,

o Espírito Santo

e Maria, a Santa Mãe, Amem.



(Mila Ramos)

domingo, 19 de agosto de 2012

WETTERBERICHT





Wetterkunde

Für die nächsten

Vierundzwanzing Studen:



Keine Sonne

Auch Kein Regen!



Es ist Wetter

In allen Himmelsrichtungen

Glüchlich zu sein.

sábado, 18 de agosto de 2012

GUERREIRA




                                              


 

 No chão,



Uma pedra.

Pedrinha.

A formiga,  

                               - não digo: formiguinha,

                                 pra não fazer rima com pedrinha,

                                e aí,

                                quebrar o pé do verso.

A formiga

carrega baita folha

que cortou da roseira.

                                Fico na dúvida:

                               Amo a roseira

                              e mato a formiguinha,

ou bem feito pra roseira

_ que é só bela _

 e hosana pra formiga
que é guerreira?
                                              

                                            Ilustração: peregrinacultural.files.wordpress.com

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

JUAREZ MACHADO, o ouro da terra!

*


Caros senhores candidatos a prefeito da minha sagrada cidade de Joinville: quem sou eu para dar conselhos? Porém, permito dar algumas dicas. Sou urbano de pai e mãe. Conheço muito mais cidades do mundo do que vocês de palanques de comício. Já montei mais de 36 atelieres em várias partes desta terra de Deus.
 De todos, como num ventre fértil, fiz minha pátria, não importando em que lugar fosse, aqui ou acolá. O inteligente aprende vendo os erros dos outros. Todo forasteiro que tenta impor seus valores em terras alheias acaba sendo sacrificado; boi no pasto do vizinho é vaca. É necessário saber, com muito cuidado, seduzir, não impondo suas verdades, mas sim deixando transparecer. Cada cidade já tem seu código, sua moral, seus pesos e medidas. Não tente mudar. Mesmo por que a cidade tem mais tempo de vida que os senhores. E, com certeza, os senhores irão morrer muito antes que ela.

Como joinvilense de corpo e alma, tenho consciência de que nossa querida cidade não tem grandes apelos de belezas anatômicas, como praias, lagos, montanhas cobertas de neve, cascatas, ilhas, dunas e outras maravilhas de valores turísticos e ecológicos. Temos alguns morros que, se não tivermos atenção, vão virar favelas. Sou testemunha da transformação dos morros do Rio de Janeiro. Na gastronomia, temos algumas delícias, pratos e doces típicos da nossa cultura, porém não é dado estímulo às novas gerações para aprenderem as receitas da vovó.

Temos um rio morto e podre. Vários prefeitos prometeram salvá-lo, mas nada aconteceu. Também vivi como testemunha ocular que o rio Cachoeira já foi tão bonito quanto o rio Sena em Paris e o rio Arno em Florença. Lembro que, aos domingos, nas margens, as famílias faziam piquenique. Havia competições de barcos a remo. Namorados navegando em canoas, outros simplesmente mergulhando nas águas limpas e senhoras nas câmaras de pneus no belo e largo rio. Navios de grande calado atracavam no porto do Bucarein ou no do mercado municipal, trazendo riquezas do mundo (tenho dezenas de fotos tiradas por meu pai, João Machado). Afinal, o rio foi o caminho para chegada dos primeiros imigrantes, se isso fosse hoje, voltariam todos caminhando sobre a lama.

Nosso clima é outra coisa séria e que ninguém reflete sobre. Ou chove muito ou tem sol de rachar, com os mesmos problemas que se repetem ano a ano: inundações, deslizamentos, engarrafamentos, postes caídos, etc, etc. E os eleitores pedestres com a água na cintura. Caros senhores, estes problemas já conhecidos – mais esgoto, transporte público, saúde, luz, gás, educação... – não é privilégio para o povo; é obrigação do governo.

Vamos proteger os que andam a pé, que é o meu caso (joguei no lixo meu carro quando fiz 60 anos, meu melhor presente). Pessoas a pé também são humanas e têm sentimentos. Digo isto porque arquitetos, engenheiros e outros mais acabaram com as marquises na nossa cidade. Em muitos lugares do mundo, caminho tranquilamente sem me molhar ou assar os miolos, graças às protetoras marquises que foram criadas para isto. Plante árvores de folhas grandes por toda a cidade. Generoso que sou, dou de graça o nome da nova campanha: “Uma árvore para cada cidadão”. Simples, bonito e útil.

O código de Joinville está ficando nebuloso. Na verdade, é um grito de nostalgia de coisas que os governos anteriores deixaram de lado. “Cidade das Bicicletas”, que bicicletas? Este veículo nasceu para ser transporte, não vejo alguma circulando pelas ruas, nem mesmo um projeto decente de ciclovias, onde o ciclista possa ir tranquilamente ao banco, trabalho, escola, supermercado e até o lazer.

“Cidade das Flores”, onde? Quais? Quantas? Só vejo as tais nas vitrines das lojas de 1,99, todas de plásticos com cores ácidas, já meio desbotadas pelo sol do meio-dia. Os parques da cidade, onde estão? Lugares onde as pessoas possam caminhar entre árvores, flores e orquídeas ao canto de passarinho e cigarras. Lembram das cigarras?

Tudo virou estacionamento, onde em breve irão construir mais um espigão de mau gosto. A cidade está à beira de um colapso de identidade. Ficaremos igual a qualquer cidade medíocre deste enorme Brasil.

Esqueçam o Centro da cidade. Guardem o que resta deste espaço num caixinha de joias e façam disto um patrimônio histórico único. Proíbam os carros, camelôs, botequins e façam desta área um lugar para se andar a pé, longe dos barulhos urbanos. Em todas as cidades inteligentes do mundo, é construído o shopping center longe do Centro, obrigando as pessoas a saírem do miolo da cidade e atendendo aos moradores da periferia. Protegendo, assim, a pracinha florida que abriga o coreto com a bandinha, a esquina de encontros e os pequenos comerciantes. Na rua do Príncipe, que só Joinville tem, incentivem os cafés típicos, lojas de lembranças, livrarias de autores locais, galerias de arte com artistas da terra, chocolates, sorvetes. O joinvilense ainda chora de saudades do sorvete da Polar, que não existe há mais de 40 anos.

Tenham uma honesta humildade se eleitos. Os senhores não virarão imperadores da cidade. Terão apenas uma pequena autoridade de síndico. Cuidem da melhor forma possível do que existe e criem coisas novas, desde que sejam geniais. Cerquem-se de pessoas talentosas e cultas, para bem polir seus projetos. Todos os senhores já são bastante viajados, mas isto não basta. Parem de frequentar lojas de departamento e só pensarem em compras. Visitem museus, galerias, escolas, catedrais e igrejas. Esqueçam os restaurantes caros em busca de vinhos estrelados, tomem o vinho da casa e vão conhecer os jardins, parques e avenidas. Não aluguem limusine, andem a pé pelas ruelas das cidades, metrô ou ônibus. Aprendam a observar, observar tudo e todos. Comprem uma máquina fotográfica, não para o álbum de viagem, mas para fotografar ideias e soluções. Sejam uns vampiros de ideias boas para adaptarem para nossa cidade. Fiquem tranquilos, roubar ideias não é pecado e nem ilegal. Picasso fez isto nas artes e foi o maior pintor, bebeu na fonte das esculturas greco-romanas e máscaras africanas. Todos os artistas impressionistas se inspiraram nas artes seculares dos japoneses.

Quando tiverem alguma dúvida, perguntem a um desconhecido, jamais aos seus assessores, pois sempre irão responder ao seu favor para lhe agradarem.

Sei que os tempos mudaram e não mais se administra uma cidade como outrora. O poder do prefeito não tem mais alguma autonomia. Não é mais “personagem”. Agora ele tem que dividir a mesa de trabalho com outros filhos de outros casamentos. Tem que seguir à risca as leis da bíblia do partido. Tem que rezar os projetos de suas seitas, igrejas ou bordéis patrocinadores. Portanto, caros senhores candidatos, não prometam nada, nada mesmo, que não possam realizar. O povo – entre ele, eu – ainda acredita na dignidade e na grandeza do ser humano. Por todo nosso amor a Joinville!

Juarez Machado, Joinville, agosto de 2012.
Ilustração colhida no Google*
.
http://www.clicrbs.com.br/anoticia/jsp/default.jsp?uf=2&local=18&section=capa_online


segunda-feira, 13 de agosto de 2012

MEU VELHO BESC





                                                   Com gosto de história...
Nem sei como vou ficar sem ti...

Depois de tantos anos de amizade, de uma relação de tanta familiaridade, de tantos "oi" para o porteiro, para o guarda, de tantos telefonemas de confiança sem desconfiança, lá se vai meu BESC, transformado em um Banco como outro qualquer. Não digo isso com desprezo por  Banco nenhum, mas com indiferença, porque todos  são iguais, impessoais como se  ser correto implique, necessariamente, em ser carrancudo! No  meu ex-BESC, não!

Mas, vamos lá, me conta: O que houve contigo, meu companheiro?

O que foi feito da nossa da relação informal, em que um telefonema resolvia para baixar da minha poupança para a minha própria conta corrente, uma pequena quantia que já era minha?

O que faço agora, quando mais preciso de ti, dos teus favores na hora de me atender  e tu te transformas em elite bancária, em nobreza? Quando ligo pra ti, nem és mais tu mesmo .

Aonde estás?

Quem te fez mal?

Teria sido eu, com minhas manhas de cliente protegida, numa época com o título "vip", sala especial, poltrona, será? Ou teriam sido pessoas muito mais importantes?

Sempre ouvi dizer que os banqueiros enriquecem, por que tu, filho de Santa Catarina empobreceste, enfraqueceste e foste à praça pública, como escravo jovem, pronto para o trabalho, levando fartas esperanças para quem pagasse mais pelos teus músculos vigorosos!

Nasceste forte, garotão robusto prometendo adulto próspero, confiante cidadão barriga-verde! Fomos atrás de ti, arrimando-nos em ti, mãos pagando e recebendo, mudando hábitos, hoje risíveis: lembro do tempo em que, diretora de Escola, fazia a folha de pagamento, ia à Coletoria Estadual, recebia um monte de dinheiro, dividia em pacotinhos e pagava os professores e serventes em moeda viva: se houvesse um erro, saia do meu bolso.

Quando abriste as portas para fazer isso por mim, que alívio!  Era o meu Besc trabalhando por mim, por nós...

E agora, o que fizeram contigo?

Quem te desgovernou, meu velho BESC?

Por que não nos dizes quem te fez mal com uma linguagem simples, dize-nos como foi. Nunca entendemos nada do mal que te acometeu, conta-nos!

Porque nós, catarinenses que nos acostumamos com teu jeito simples, está uma  canseira, quando vemos - vazio - o espaço onde havia cadeiras para todos! Acho que esquecem,  que aos 30 ou 40 anos, trabalhamos tanto, tanto que, ficar meia hora de pé esperando atendimento, dói pra "xuxu, com x"!

Que pena que te foste e nosso velho caso de amor acabou!
Mas, um dia, eu descubro quem te traiu! Ah! Se descubro...

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

ZEICHEN


                                                 

FüBe im Sand                                                         

das Herz im Meer                                

       Meine FuBstapfen                                

      zeichen den Strand.                                     

Mein Zertretenes Herz                         

 läst  nicht                                                                             

einmal                                                     

Spuren im Meer. 
                -----------------------------                                 
                                                                                        version : Maria Thereza Böbel
                                                                                        revision : Elly Herkenhoff

Original:

MARCAS

Pés na areia,
coração no mar.
Minhas pisadas
vão marcando a praia.
Meu coração pisado
nem marcas
deixa
no mar.


                                                 ( foto copiada do Google)

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

A FICHA DEMORA A CAIR





A ficha demora a cair.
É lá pelos setenta anos que a coisa pega e a gente não se dá conta de que já não contam com a gente para muita coisa. É bom ir abrindo mão das eficiências, das aptidões, das experiências profissionais.
Quem vem atrás é mais bem preparado, estudou mais, fez todos os MBIs possíveis e sabe como gerir coisas que a gente começou tateando e deu certo.
Quem vem chegando, com seu vigor, com maior modernidade, merece mostrar seus “valores nominais e agregados” e tentar provar que fará tudo melhor do que fazíamos.
E faz mesmo. No começo, ficamos duvidando: “sei lá, isso não vai dar certo”!
Mas dá!
Uma bagagem mais moderna, mais teórica é experimentada e lá vem o sucesso dos mais jovens. Graças a Deus é assim. 
E agora não nos escolhem para mais nada, ria-se. Vive-se ainda um bom par de anos, até que a ficha caia e nos faça cientes de que a velhice chegou.
E não fique mal humorado com que estou escrevendo porque é isso mesmo e nós temos de dar passagem aos jovens, orgulhosamente. É a filosofia ocidental, a nossa.

Fala-se em Dia do Idoso. Não marquem data - é todos os dias!
Aos bem de saúde - e são muitos, preparem-se para pequenas ou grandes excursões, viagem de terceira idade, passeios de carro com filhos e netos – o que é uma delícia! Quem sabe uma nova viagem ao exterior com uma programação mais apropriada ao seu novo “estilo” de vida. Mas creia, você vai aproveitar as belezas do mundo com muito mais sabedoria e encantamento.
Com menos saúde – você é daqueles que não cuidou do seu corpo enquanto era moço?- você vai levar uma vida muito mais limitada à sua casa e ao amor dos filhos.
 É vagar por consultórios médicos e quando muito, ir à Missa e pedir ajuda aos céus para tomar menos remédios e poder comer comida de “gente” e não de passarinho.
Afinal, isto não é tão ruim assim.
Pior é não ter a família consigo, ficar sem o amor que passamos a vida edificando, com carinho e trabalho.
E como isso anda por aí, meus amigos felizes.
O abandono, mesmo aquele que acontece em casa, esse deve ser de matar.
Ouvir, só. Ninguém pergunta sua opinião sobre nada e seu silêncio é uma sentença de velhice.
Fale, minha amiga idosa, diga o que pensa, ria das piadas, conte alguma fato do seu tempo – os jovens gostam disso - mostre o que você foi, o que viu, mostre a eles o que você é por dentro. É tão difícil envelhecer.
Isto, pelo menos, você pode ensinar: a envelhecer com dignidade.



(Gif copiado de Idosos do Brasil , fonte Google)


                                                                                   Foto de Lair Bernardoni