Nem sei como vou ficar sem ti...
Depois de tantos anos de amizade, de uma relação de tanta familiaridade, de tantos "oi" para o porteiro, para o guarda, de tantos telefonemas de confiança sem desconfiança, lá se vai meu BESC, transformado em um Banco como outro qualquer. Não digo isso com desprezo por Banco nenhum, mas com indiferença, porque todos são iguais, impessoais como se ser correto implique, necessariamente, em ser carrancudo! No meu ex-BESC, não!
Mas, vamos lá, me conta: O que houve contigo, meu companheiro?
O que foi feito da nossa da relação informal, em que um telefonema resolvia para baixar da minha poupança para a minha própria conta corrente, uma pequena quantia que já era minha?
O que faço agora, quando mais preciso de ti, dos teus favores na hora de me atender e tu te transformas em elite bancária, em nobreza? Quando ligo pra ti, nem és mais tu mesmo .
Aonde estás?
Quem te fez mal?
Teria sido eu, com minhas manhas de cliente protegida, numa época com o título "vip", sala especial, poltrona, será? Ou teriam sido pessoas muito mais importantes?
Sempre ouvi dizer que os banqueiros enriquecem, por que tu, filho de Santa Catarina empobreceste, enfraqueceste e foste à praça pública, como escravo jovem, pronto para o trabalho, levando fartas esperanças para quem pagasse mais pelos teus músculos vigorosos!
Nasceste forte, garotão robusto prometendo adulto próspero, confiante cidadão barriga-verde! Fomos atrás de ti, arrimando-nos em ti, mãos pagando e recebendo, mudando hábitos, hoje risíveis: lembro do tempo em que, diretora de Escola, fazia a folha de pagamento, ia à Coletoria Estadual, recebia um monte de dinheiro, dividia em pacotinhos e pagava os professores e serventes em moeda viva: se houvesse um erro, saia do meu bolso.
Quando abriste as portas para fazer isso por mim, que alívio! Era o meu Besc trabalhando por mim, por nós...
E agora, o que fizeram contigo?
Quem te desgovernou, meu velho BESC?
Por que não nos dizes quem te fez mal com uma linguagem simples, dize-nos como foi. Nunca entendemos nada do mal que te acometeu, conta-nos!
Porque nós, catarinenses que nos acostumamos com teu jeito simples, está uma canseira, quando vemos - vazio - o espaço onde havia cadeiras para todos! Acho que esquecem, que aos 30 ou 40 anos, trabalhamos tanto, tanto que, ficar meia hora de pé esperando atendimento, dói pra "xuxu, com x"!
Que pena que te foste e nosso velho caso de amor acabou!
Mas, um dia, eu descubro quem te traiu! Ah! Se descubro...
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