AZUL
Cassem
o depredador
porque “a Terra é azul”!
Coloquem-no
sob algemas,
vedem-lhe
os olhos,

amordacem-lhe
os sentidos.
Depois,
frente ao azul do rio,
tirem-lhe
as vendas para o desafio
da
dança azul dos peixes
na
transparência das águas.
deixem
que olhe o infinito azul,
mostrem-lhe
o vôo do albatroz,
o
mergulho azul da gaivota.
Deixem
que veja onde brota

a
lenda das sereias.
E
– sentidos soltos –
levem-no
para a floresta.
Ali,
ele ouvirá, extasiado,
o
canto universal mais afinado:
o
sabiá, o azulão, a cotovia,
o
ensaio geral da sinfonia
na
regência febril das arapongas!
Então,
a fera predadora morrerá!
E,
da visão romântica do cosmo
ressurgirá,
puro
e translúcido,
um
homem muito azul!.
Mila Ramos
( Fotos colhidas no Google)
( Fotos colhidas no Google)
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