Norma Bruno - para ser lida.
Há alguns bons anos, comprei um livro de Milan Kundera para ler no final de semana. Comecei na sexta à noite e meia hora depois, fiquei sem livro para ler nos demais dias... Lidas as duas primeiras páginas, decidi fechar e guardar o mesmo, (que dou-me o direito de não divulgar o título): ao término daquela rápida leitura, fiquei certa de que o autor, por melhor que fosse – e o é - não se poderia sobrepujar, não poderia ser melhor do que naquele começo de história.
Nesta sexta feira passada, tive a mesma sensação quando comecei a ler "CENAS URBANAS E OUTRAS NEM TANTO", de Norma Bruno.
A crônica de abertura dá o toque do que é a tônica de seu trabalho: uma grande cronista do cotidiano, o que a transforma numa excepcional "pescadora" do dia-a-dia.
Este é o maior elogio que posso fazer a uma companheira cronista, porque eu não sei fazer isso. E sofro muito com a agenda de jornal.Tanto, que declinei de minha página semanal no Notícias do Dia. É tão grave a minha carência de tema, que escrevo sobre passado. E isso é desculpa de quem não tem a agudeza para sentir a vida ao seu redor como o tem Norma Bruno.
Li todo o livro com o apetite de quem está encantada com o que tem nas mãos.
E pergunto-me feliz: Que jovem não se apaixonou pelo trapezista do circo?
Quem nunca viu um florianopolitano com uma gaiola de um passarinho cantador pendurado no dedo?
Quem nunca ouviu um pescador contar a história de uma canoa "bordada"? Só pescador conhece o que significa isso, e sabe enxergar uma personagem como essa?
Quem sabe escrever foneticamente o som do "S" do ilhéu, uma famosa mistura de jx, sei lá?
Só Norma Bruno.
Você encanta com seu novo livro.
Você faz rir e comove com suas histórias simples porém fotográfias, de nossa linda Capital.
Obrigada por este presente que tem corpo e alma, alegria e sabedoria de ilheu.
Mila Ramos
Joinville, Outubro de 2012.
Nenhum comentário:
Postar um comentário