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Foto de Lair Bernardoni |
Benzedura, vem que cura
sem tortura
bem que dura sem ventura....
Benzedura, vem que cura
desventura,
quem te atura, bem sem cura.?!
Esse mal de mau olhado,
que arrepia arrepiado,
que assusta, causa espanto,
faz doente de quebranto!
Benzedura, vem que cura....
De zipla, arca caída,
de cobreiro, recaída, de
panariço, frieira,
benze tudo, a benzedeira...
Doença braba, essa minha,
é que nem erva daninha,
alivia
mas não passa,
arrefece sem que cesse
e é pior na recaída....
Minha doença é doidice,
que eu não disse para benzer.
É nada de mau olhado,
meu mal é ser mal amado,
então pra que benzedura?
Benzedura,
bem que dura,
vem sem cura,
benzedura!
(Mila Ramos num poema de 1983)
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