sexta-feira, 1 de março de 2013

A POESIA NOSSA




Este texto foi escrito para a coluna que ocupei no Jornal Notícias do Dia durante dois anos.
Hoje aqui estou para homenagear meus poetas da terra e o trabalho que a Biblioteca Pública de Joinville vem realizando atualmente na divulgação da Literatura da Casa, da Terra, de Joinville.
Meus cumprimentos a Alcione Pauli, Rita de Cássia Alves e aos funcionários da Biblioteca Municipal Prefeito Rolf Colin.
Um abraço especialíssimo aos Confrades.
   
Mila Ramos

 

Faz tempo que não falo de poesia nesta coluna. Deixei de poetar com a ‘frequência” com que proseio hoje, já que os espaços de poesia, em jornal, são medidos com linha de fogo por várias razões. A mais comum é a falta de espaço para a distância dos versos entre si. É pena, porque para ler poesia, basta o espaço que temos na emoção, na sensibilidade e no gosto pela síntese. Esta, célula-mãe da poesia, precisa do pensar, coisa que pouca gente tem tempo de fazer diante de um jornal.

 É isso aí: numa época em que “pratos cheios” de tragédias se oferecem à imprensa, alguém vai procurar saber da emoção – ou da lembrança - de um dia de sol, duma noite de lua, de uma árvore morta, ou de um profundo mergulho A POESIA NOSSA, na consciência de quem quer que seja que sequer conhece?

A tragédia atrai. Quem sabe Camões, que tanto falou delas (“Em perigos e guerras esforçados,/Mais do que prometia a força humana,”) o fez abrindo caminho para aquilo que realmente o fazia poeta? Falar do amor.”Amor é fogo que arde sem se ver;/ É ferida que dói e não se sente;/ É um contentamento descontente;/ É dor que desatina sem doer...”

 
Muito embora eu prefira hoje, a poesia nas “viagens” de Affonso Romano de Sant’Anna, porque seu mundo é o meu, é o de hoje, e surpreende-me sempre e ainda, sei da argamassa camoniana que nos solidificou, amantes da poesia.

Quero é dizer que o mundo de hoje estaria pleno de temas para ele, Camões, pois não?

Forçando a barra “de ferramentas” do direito ao poeta de ser posto à vista, vão aqui, como quem não quer nada, versos de poetas da terra:
“Há dias/ adias/ as vadias vias/ de meu dia...” Daniel Rodrigues, cadê você?

“Tem até avenca atrevida/ a namorar princesas.” Donald Malschitzky, festejando flores em 1991.
 
“Desejos inquietos saíram a passear/ e fiz-me manancial.”Marcos Laffin crescendo e refugiado  de nós, na UFSC.
 
”Não só o cigarro/ chega à tua boca/ mas a vontade louca/ de tomar-te em meus braços.” Charles Weber, versos colhidos por mim em seu entardecer.
 
...“nas noites/ viajo em busca deste mar/ que me faz maré cheia em sua praia.” Dúnia de Freitas, minha irmã, em poesia premiada em 2005.

E tantos poetas mais e versos mais, presentes em meu gostar!

Pelo menos desta vez, burlei a vigilância e mostrei versos!

 

 

 

  

                                   

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