– Fica quieto!
Deita em meu colo a
cabeça aluada,
rosto de barba mal feita,
estica todo o corpo e deita, em
meu corpo,
o teu, vencido e quase morto.
- Fica
quieto!
Deixa-me amar-te assim,
bem mansamente,
derramando ternura
no teu peito .
Quero sentir, no abraço,
ste teu jeito de moleque
dengoso,
irrequieto!
– Não te mexas
agora!
- Não quebres o cristal dos meus afagos
Bebe, devagarinho, em silêncio
os tragos, deste carinho
meu....
Quero sugar, então, teu beijo,
te fazer cafuné,
alisar tua pele,
brincar com o sorriso perdido em tua boca.
- Fica quieto!
deixa-me
fechar, de amor, teus olhos,
para a sesta manhosa.
E o teu sonho
chegará sereno,
no cochilo do
sono mais ameno,
relaxado,
tranqüilo,
flutuante,
pousado na limpidez dos céus quietos,
embalados no lento vento morno
das velhas tardes das cigarras.
–Fica
quieto!.
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Mila Ramos em PÉ DE VENTO,
1985 - esgotado
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