Sílvio Genro: ainda não li suas poesias, mas li seus contos cheios dela.
Escorre de seus contos a lindeza de uma infância com a alegria de uma bicicleta e a tristeza de uma Chica Bacuda que nunca sorria.. Às vezes, imagino Sílvio Genro como um menino triste, outras vezes, como um poeta já resplandecente nas histórias de sua infância. Alegre mesmo, nunca. O que terá feito dele um contista de lamentos passados, vertendo, quem sabe, a poesia cheia de encanto que faria mais tarde, essa, a que não conheço...? Ou é só a saudade de uma infância feliz que ele chora hoje?
"Foi Papai Noel que te deu essa bruxinha, foi?
- Bruxinha, não! O nome dela é Brigite". Em RETALHOS
."No buquê bruto das lenhas brota um punhado de brasas com seus cacos de calor, quais por-de-sóis se apagando. No cemitério das cinzas, jazem os restos mortais do que fogo foi.
"O tordilho batia cascos num trote largo que, às vezes, quase virava em galope...
O cavalo e ele sabiam de cor e salteado o caminho de volta aos pagos...
As lembranças batiam cascos num trote largo que, às vezes, quase virara galope..." Aí vem o ritmo da poesia que virou conto em O DUELO.
Ricardo P. Duarte, que introduz a arte de Sílvio Genro no livro O SERESTEIRO,
tem a felicidade de qualificar nosso escritor como ''terra, árvore e raiz.'' Eu queria ter dito isso.
Sílvio Genro e tudo isso, sendo poeta nos contos que faz.
Um bela leitura para um final de semana, com a ternura dos desenhos de Bruno Mendes.
Editora PROA Ltda, rua Bento Martins, 2653, sl 201 fone55 3402 0511
www.edicoesproa.com.br
Mila Ramos
Concordo com seus apontamentos.Realmente ele é um grande escritor. Sara - Rio Negro
ResponderExcluir