E SE
FOSSE NA DITADURA MILITAR?
Aileda de Mattos Oliveira*
Se o peculato de
Lula, por se apossar dos bens pertencentes ao Estado Brasileiro, acondicioná-los
em onze caminhões, entre eles o que carregava a adega do Palácio Alvorada,
espetacular carreata comprobatória da ausência de pudor por constituir norma de
sua conduta tomar como próprio o patrimônio ao alcance da mão rapinante; se,
repetimos, este fato ocorresse na tão difamada "ditadura" militar, o autor da
espoliação seria levado à execração pública, promovida pelo peculatário de hoje,
autodidata em técnicas de enriquecimento ilícito.
Se no
jogo de interesses, com fins rentáveis de grandes proporções ‑ o "mensalão" ‑ ocorresse no tempo da fria "ditadura", os
sindicatos, arrebanhados pelo mais emérito professor em estelionato político,
iriam pregar a baderna na Cinelândia, centro nervoso da esquerda carioca, para a
conclamação ao caos total. Os caras-pálidas pintadas, à frente das câmeras
DAQUELE canal, iriam mostrar como os 'estudantes' reagiriam aos "golpistas" de
direita.
Se os
cavilosos negócios em terras estrangeiras do finório trapaceiro-mor com empresas
que parece terem adquirido vínculo de vitaliciedade no governo, e tornar-se
assíduo passageiro dos seus jatinhos; se um órgão do Estado permite dirigente
estrangeiro em terras amazônicas, sem convite oficial, como se já fossem
possessões suas; se o mesmo órgão, à revelia dos superiores, alia-se ao CIMI
para novas demarcações de terras indígenas, o que a imprensa assalariada não
iria dizer, se esses fatos, o de denegrir a imagem do país no exterior em troca
de depósitos em sei lá que paraíso fiscal e o de desobediência civil de uma
instituição criada para proteção dos 'oprimidos' índios e defender as terras
brasileiras, ocorressem nos tempos negros da "ditadura"
militar?
Certamente, diriam que os milicos, falantes defensores da pátria,
alimentavam a sua 'caixinha' com os burgueses da elite empresarial e abriam às
nações amigas e às falsas missões religiosas as terras soberanas do país,
entregando nossas riquezas ao vil "governo mundial".
Se a
arrogância do chefe da quadrilha, ao exigir substituições radicais na Suprema
Corte para se livrar da pífia punição a que foi submetido, tentando sobrepor-se
a ela, e se essa afronta fosse um ato de algum membro da indigna "ditadura"
militar, esse infeliz saído da caserna não escaparia à virulenta malhação
pública, verbal e física, em nome da ética esquerdista, da moral socialista, das
virtudes comunistas, todos santos valores da comunidade
vermelha.
Se o
dinheiro da Nação, perdulariamente gasto pela viajante presidente, em viagens
oficiais, fosse usufruído por algum presidente dos anos de treva e de chumbo da
"ditadura" da disciplina e da ordem, seria tachado de "pé de poeira", insaciável
esbanjador do dinheiro público.
Se a
falta de caráter do presidente; se a promiscuidade que instituiu no poder,
levando como bagagem de mão a sua musa predileta, fosse norma do presidente da
cruel "ditadura" militar que, em visitas oficiais, ajeitasse alguma Rose em
aviões da FAB, ficaria desmoralizado dentro e fora dos
quartéis.
Se
das oito mil casas prometidas no farsesco programa de assistencialismo
eleitoreiro da desastrada senhora não foi construída sequer uma choupana, sem
que se saiba aonde foi parar a verba destinada a tão grandiosa obra popular de
engenharia; se o presidente da sombria "ditadura" militar que, num estado de
estupidez, fizesse a mesma promessa em voz marcial, seria contemplado com uma
bela manchete de: LADRÃO!
Se a
transposição do rio São Francisco, burlesco ato político, acabou em terra
arrasada, levando pelo ralo os custosos reais do contribuinte; se a
transformação do cenário num deserto franciscano ocorresse durante a infame
"ditadura" militar, o que diriam do presidente quanto ao rombo nos cofres da
Nação? Que o brutamontes era um demagogo prevaricador.
Mas... como a vil "ditadura" militar somente trouxe desenvolvimento
ao país, inclusive na área da Educação, instituindo Mestrado e Doutorado, do
qual título a senhora presidente quis surrupiá-lo para diminuir o mal-estar que
lhe causa o seu vergonhoso currículo de atiradora de elite;
Mas... como a torturante "ditadura" militar ofereceu aos
trabalhadores benefícios que o partido dos desocupados nunca "antes na história
deste país" pensou em criar, como o PIS, o PASEP, o Fundo de Garantia, o
FUNRURAL, entre outras benfeitorias, transformando a vida da classe
trabalhadora, hoje, refém dos aliciadores petistas pela crença na igualdade
socialista;
Mas... como na época da sinistra "ditadura" os presidentes militares,
truculentamente, permitiram que as pessoas de bem pudessem transitar pela
cidade, exercendo o seu direito de ir e vir, a qualquer hora do dia e da noite,
como estatui qualquer democracia que se preze, sem serem molestadas por
bandidos, protegidos hoje por leis adocicadas na sem-vergonhice dos interesses
políticos;
Mas... como esses militares, urutus humanos, torturadores dos
delinquentes que hoje ocupam o trono de Brasília, sem nenhuma sequela,
permitiram a população assistir à sessão de meia-noite nos cinemas de qualquer
bairro, adornada com suas joias e saísse dos bailes, madrugada a fora, andando
pelas ruas em tranquila animação;
Os
esquerdistas, o maior conjunto de pusilânimes que já se concentrou num mesmo
espaço geográfico, invejam a "ditadura" por incompetência, ignorância, por
somente conseguirem apoio à custa do domínio da consciência dos
'assistencialializados', da deterioração da Educação, da degradação moral da
população sem luzes como eles, para alimentar a fome de
totalitarismo.
O
único erro dos truculentos, dos torturadores, dos desalmados militares, cruéis
"ditadores", irresponsáveis agentes da melhor época do Brasil, no século XX, o
único erro, temos que enfatizar, foi trazer de volta os predadores da
Nação.
*Dr.ª
em Língua Portuguesa, membro da Academia Brasileira de Defesa. A opinião
expressa é particular da autora.
Devo tirar o chapéu. A síntese está perfeita. Que o Arquiteto mantenha a clareza de sua memória. Obrigada pelo texto!
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