sábado, 15 de junho de 2013

NASCIDA NO BRASIL: ESTRANGEIRA?

"Tal conexão, com ramificações internacionais, destinada a "libertar os oprimidos", se espraia pelo Brasil, fazendo do "ruralista" sua vítima. Em Mato Grosso, entre várias pendengas, existe uma suposta tribo remanescente no Pantanal que deseja o mundo na região do Pirigalo. No Rio Grande do Sul, remanescentes caingangues querem tomar 22 mil hectares de colonos gaúchos próximos de Passo Fundo. No Paraná, invasões se verificam em Guaíra, Terra Roxa, Palotina, Mercedes, Santa Helena e Francisco Alves. Os invasores, conforme denunciou o senador Álvaro Dias (PSDB) na tribuna do Senado, não falam português, mas, sim, guarani e castelhano. Em Santa Catarina, o drama de milhares de agricultores ameaçados de perder suas terras na região de Chapecó e Palhoça foi relatado e d


cumentado pelo senador Luiz Henrique (PMDB)."

11 de junho de 2013 | Xico Graziano*** - O Estado de S.Paulo
India do Brasil - RS
 

Estrangeira
Mila Ramos

Nunca   havia me   sentido tão estrangeira na terra que sempre chamei de minha, como diante das palavras de um ex-Ministro de Lula:"eles são os donos, chegaram aqui primeiro".
E eu, aonde nasci? Que terra é a minha?
Acho que preciso estudar minhas raízes e investigar a nacionalidade da cegonha que me entregou aqui, no sul do Brasil, porque eu havia dito a ela que tinha medo de índio.

Desde pequena, assombrava-me o farwest americano porque os índios eram os bandidos e precisavam ser destruídos sem dó nem piedade, para o bem-estar da mocinha, assustadíssima na carruagem, a caminho do Fort de um tal general, seu pai. Depois, na escola, a professora contou que o Padre Sardinha, coitado, capelão das naus portuguesas, fora devorado pelos índios do Brasil, quando os santos padres aqui chegavam para fazer o bem.

Como não temê-los ¿

 Demorei a intuir sobre erros históricos e culturais e cheguei a odiar os cow boys e a fazer, na escola, poesias para saudar o Dia do Índio.

 Anos depois pude assistir às mudanças que me pareciam naturais, já que nossos irmãos estavam entendendo o que significava ser um cidadão brasileiro; queriam estudar, falavam já um português quase razoável, não queriam mais apito, usavam bermudas, calças jeans, só faltava que trabalhassem para seu sustento. Ou que continuassem a comer os peixes dos rios, o carne das nossos macacos mais algumas pequenas caças ao alcance de sua valentia e a fazer sua farinha.

Bem assim como faziam seus antepassados: plantavam mandioca, pescavam, caçavam, se pintavam para rezar ou festejar e, naturalmente, viviam sem precisar de uma tal cesta básica comprada com o dinheiro do homem branco, porque a terra era seu sustento .

Mas não aceitaram a cidadania brasileira com seus direitos e deveres. Só queriam as terras. E a cesta básica, claro. Os médicos os remédios, as fazendas ao lado deles e as longínquas também. Queriam terras: o que iam fazer delas, só eles e a alguns estrangeiros interessados, alguns grupos preparados para extorquir-lhes riquezas é que iriam resolver.
E o Governo sem reação, por que se tratava de NOSSOS ÍNDIOS, ora bolas!
Todos os benefícios, deveres, não! Era muita coisa para quem dormia numa rede...
Deveres são para nós, cidadãos, que pagamos impostos para que eles tenham garantidos todos os seus direitos, como índios.
( Ah! Meu Brasil brasileiro!)
Nossos prezados índios não estão mais na idade da “pedra”não Senhor! Não andam nus ( usam short porque aprenderam a ter vergonha de suas vergonhas ) e dançam para guerrear com facão – utensílio que penso ter substituido o arco e a flecha-.

Precisam mais é deixar os pássaros em paz ao invés de sacrificá-los para fazer deles penduricalhos e usá-los na cabeça e assustar os ”inimigos”. Já que não têem mais com quem guerrear nem precisam comer a pouca carne de um pobre tucano, poderiam bem deixá-los em paz.
Querem é mais terra.
E estou assustada.

Peço licença para lembrar de Raul Seixas "Pára o mundo que eu quero descer...".

Quando puderem disputar eleição ( podem?), preparem-se para ver Dilminha passando a faixa presidencial para um deles...

Mas antes, precisam aprender que nossa autoridade deve ser respeitada assim como eles exibem autoridade nas terras que chamam “deles”.
Como ousam entrar num prédio do meu Brasil, com facões em riste, fantasiados de índios, se em suas terras usam roupas como nós?

 Meu Brasil brasileiro! Pensei que eras meu, dos meus antepassados que te modernizaram, das nossas escolas que te civilizaram e te ensinaram a ler, de nossos líderes mais maduros e éticos que te enobreceram,  e do teu povo trabalhador que te faz crescer -  nós.

 Mas, qual!

 O que os verdadeiros índios do Brasil tinham para viver neste paraíso verde, uma praça para sua taba, uma oca para sua rede e seu engenho,
liberdade de ir e vir, um rio para chamar de seu, uma mata para ser sua, esses já morreram como nossos antepassados também, já se foram, ninguém é eterno.
Mas, cuidado!

Eles estão fazendo fumaça...
Esses índios modernos não são mais aqueles.
Você pode vir a pagar aluguel para eles.





India de Brasília
 

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