segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

CALMARIA

                                                                    



Toda vez
que acomodo minha vida,
que despejo os inquilinos do desejo,
que os trastes velhos vão sumindo 
e vão ruindo os restos de emoção,
a calmaria faz cessar os ventos
e as ondas do meu mar.

Toda vez 
que a quietude faz que mude
sinfonia interior em canção mansa,
vendaval corrigido pra bonança,
e o pranto que me rói vira brinquedo,
é calmaria, eu tenho medo

Redemoinho 
vem chegando, eu sei,
pra alucinar meu dia a dia!
Uma presença nova se anuncia
e faz meu mundo estremecer
em mais um concerto de agonia.
Não sei amar de leve, sossegado,
Só sei amar de amar, apaixonado...

E outra vez é vendaval, 
é sinfonia,
Meu coração,
Um quarto de despejo,
desarrumado,
um cortiço,
alvoroçado, 
e amo muito mais
como agora, que te vejo.
                         (Mila Ramos)                            
       (imagens colhidas no Google)


2 comentários:

  1. Escrever,sem duvida, deve ser a arte de registrar atitudes e muitas vezes ...curtas alegorias para ensinar algo! como por exemplo, celebrar a vida!

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