sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

LANÇA_PERFUME






                                               Mila Ramos

28 de fevereiro de 2014

É tempo de Carnaval, outra vez!
O país vira de ponta cabeça de tanta alegria.
Tanta festa e tantas cores fantasiam nossa imaginação, que ninguém mais se dá conta de nada a não ser da roupa (roupa?) que vai sair para a rua ou  para o clube, muito mais raro nestes dias.
As diferenças dos carnavais na corrente dos anos são de causar riso... na alma dos idosos...
Deve ser engraçado (ou ridículo) ver sua mãe abrindo fotos dos carnavais de então, usando aquelas fantasias meio idiotas de russa, de cigana, de havaiana ou ver seu pai dando risadas com os amigos mais velhos, lembrando suas fantasias de pirata (da perna de pau), de toureiro (que foi a Madrid, pararatchimbum bum bum), de pirata (da perna de pau), etc, etc, etc... a mulata bossa nova era sua mãe, ou uma velha namorada de quem sua mãe nem nunca desconfiou nada.. E dá-lhe risadas!

O carnaval é assim, cheio de histórias pra boi dormir, pra reviver alegrias, chorar brigas de namorados,  separações que só a quarta-feira de cinzas iria reaproximar, com o balanço das camisetas suadas, as fantasias  amassadas no chão do quarto, o pé dolorido de dançar até descalça e pior, a voz rouca de tanto cantar as marchinhas do ano, aprendidas no rádio com Emilinha Borba e Marlene.
Você deve achar enfadonho ouvir essas histórias antigas de antigas pessoas...
E porque você é muito jovem para saber a cor de uma lembrança alegre, de um carnaval passado...
E naquele tempo havia lança-perfume para “ dar e vender”, além desse velho confete  que alguns de vocês ainda usam, das serpentinas em que enrolam-se com as namoradas para fazer média...
Ah! O lança-perfume... Quando fui eleita Rainha do Carnaval em Tijucas, jorrava o Rodo, marca mais em voga na época. Quem podia mais, usava a metálica, quem podia menos, a de vidro e mais finas- menos quantidade. Lembro bem o quanto caprichava para meu lança-perfume durar as quatro noites – porque eram só quatro noites e à meia noite de terça, o baile ia acabando porque as pessoas iam saindo para a Missa , na mesma pracinha do Clube.

. Ah! O lança-perfume, ninguém se drogava com ela,  que noites lindas elas preencheram com seu perfume espalhado no ar...
Sabe, quando lembro os encantos das noites do nosso carnaval , nem ligo por não poder mais pular, nesses carnavais de hoje, sem nenhum fascínio, sem segredos, sem os “flerts”, sem cochichos, sem os risos simulados e escondidos no desagrado da fantasia”daquela  ali”...
A serpentina, o confete, o lança-perfume ainda estão por aqui, bem nas minhas costas, enquanto cochilo diante da novela chata, sem mistério, sem surpresa, sem nexo. Deus me livre!
 Ainda bem que vivi naquele tempo com a realidade e o sonho, um de de cada vez...




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   Fotos colhidas no Google)

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

TEMPOS DO TEMPO



                              Mila Ramos


Canto
cantei
cantos da vida
parto
partida.                       


         Olho
         olhei
         vistas da vida
         sinto sentida.

                    Passo
                    passei
                    ruas da vida 
                    corro
                    corrida

                             Acovardada,
                             colhendo o mofo,
                             arrependida,
                             vivo
                             vivida.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

A CADEIRA

                                                          Mila Ramos




Sentada,
corpo farto pela ausência
de  vaidade,
tempo morno.

Meia idade a mais, vazia,
só a cadeira dá-lhe
o abraço sereno, 
_a cadeira de sempre.
Nem rangia mais,
gasta no seu próprio tempo,
aconchegava  seu  corpo pesado.

                                  A janela envidraçada
                                  retratava-a..
Olhos azuis,
cabelos encaracolados já sem viço
respingando na testa.
À brisa,  erguia o queixo redondo
como a ver longe, 
aí, pegava o crochê.
                                  
      É minha avó em  sua cadeira
                            no horizonte

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  ( imagens colhida no Google)

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

ENTREVISTA PARA EMPREGO

A autoria deve ser de um gozador inteligente.
Mila Ramos


-

- Seu nome?
- Moíses Lima.
- Escolaridade?
- Terceiro ano "completo"!
- Vamos começar com perguntas simples, conhecimentos gerais, história, geografia, ciências, personalidades.
- Quem foi Stalin?
- Um cara que cantava estalando os dedos.
- E Lênin?
- Tocava nos Beatles.
- O senhor não quer dizer Lennon?
- Esse fazia dupla com a Lilian.
- Ah... Leno!
- Não... Cant ano.(rsrss)
- Vamos mudar de assunto. O que é equação?
- É a arte de montar uma égua.
- E equitação?
- É quando a gente paga todas a nossas dívidas.
- O que é um quelônio?
- É um tipo de mineral radioativo.
- Não seria plutônio?
- Não... esse é o nome completo do cachorro do Mickey.
- O que é fotossíntese?
- Denominação técnica para um retratinho 3 x 4.
- O que é um símio?
- Um cara que nasceu na Sí ;mia.
- Na Símia? E qual é a capital da Símia?
- Nessa tu me pegou: não me lembro agora.
- Quem era Pancho Vila?
- Companheiro de Dom Caixote.
- O que é um caudilho?
- Um osso que tem na ponta da coluna e segundo os cientistas, comprova que o homem tinha rabo e descende do macaco.
- Onde fica a vesícula?
- Debaixo da clavícula.
- Onde ficam os glúteos e para que servem?
- Ficam na garganta e servem para engolir.
- Onde fica o baço?
- Não é baço. É braço. São dois e ficam antes das mãos.
- Para que servem as fibras óticas?
- Para movimentar os olhos.
- Onde fica o Triângulo das Bermudas?
- Qualquer costureira sabe: entre o cós e o gavião.
- Quem descobriu a Lei da Gravidade?
- Um médico ginecologista francês, o Dr.Jeckyl.
- Putz! E quem foi Sócrates?
- Sócrates? Jogou na seleção. Tá vendo? Também conheço futebol; não é por ser curintiano que tenho que ser inguinorante! Pois não é que o cara foi aprovado e admitido. ! ! ! Trabalhou um ano, perdeu o dedinho da mão esquerda, aposentou, foi para o sindicato e, bem..... o resto todo mundo já sabe no que deu. !!!!

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

DIAS NEGROS VIRÃO

Carlos Chagas

A LUZ QUE SE APAGA E A ESCURIDÃO QUE SE APROXIMA
Confirmam amigos chegados ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa: ele pedirá aposentadoria antes de ser sucedido, em abril do próximo ano, pelo ministro Ricardo Lewandowski, na direção maior do Poder Judiciário. Motivo: o desmonte do mensalão, que começará logo depois da mudança na presidência da mais alta corte nacional de Justiça.
Como? Através de manobra já engendrada pelo PT e pelos advogados dos mensaleiros, com a aquiescência de Lewadowski, que permitirá a REVISÃO dos processos onde foram condenados 25 implicados num dos maiores escândalos da história da República. Estaria tudo coordenado, apenas aguardando a mudança da guarda. Apesar de a revisão de processos constituir-se em exceção na vida dos tribunais, pois acontece apenas com o surgimento de fatos novos no histórico das condenações, já estariam em fase de elaboração os recursos de quase todos os hoje condenados, a cargo de advogados regiamente remunerados, junto com outros ideologicamente afinados com o poder reinante. Nada aconteceria à margem de discussões e entreveros jurídicos, mas a conspiração atinge a composição atual do Supremo Tribunal Federal. E a futura, também. O término do mandato de Joaquim Barbosa na presidência da Corte Suprema marcaria a abertura das comportas para a libertação dos criminosos postos atrás das grades e daqueles que se encaminham para lá.
Joaquim Barbosa não estaria disposto a assistir tamanha reviravolta, muito menos a ser voto vencido diante dela. Assim, prepara seu desembarque. Pelo que se ouve, não haverá hipótese de mudar a decisão já tomada, mesmo ignorando-se se aceitará ou não transmudar-se para a política e aceitar algum convite para candidatar-se às eleições de outubro. Tem até abril para decidir, apesar das múltiplas sondagens recebidas de diversos partidos para disputar a presidência da República.
A informação mostra como são efêmeros os caminhos da vida pública. Até agora vencedor inconteste na luta contra a corrupção, reconhecido nacionalmente, Joaquim Barbosa pressente a curva no caminho, não propriamente dele, mas dos mesmos de sempre, aqueles que conseguem fazer prevalecer a impunidade sempre que não se trata de punir ladrões de galinha. Afinal, alguns meses de cadeia podem machucar, mas se logo depois forem revogados através de revisões patrocinadas pelas estruturas jurídicas postas a serviço das elites, terão passado como simples pesadelos desfeitos ao amanhecer. Não faltarão vozes para transformar bandidos em heróis. A reação do ainda presidente do Supremo de aposentar-se ficará como mais um protesto da luz que se apaga contra a escuridão que se aproxima.

O IMPERATIVO CATEGÓRICO
Enquanto esse horror não se configura, seria bom meditar sobre o sentimento ético. Pode-se ceder diante do império das circunstâncias, Mas existe entre nós, indivíduos e nações, o imperativo categórico de que falava Kant, o incondicional comando de nossa consciência para agir como se a máxima de nossa ação fosse tornar-se uma lei universal da natureza. Há que evitar o comportamento que, se adotado por todos, tornaria a vida social impossível. Embora possamos adotar a mentira, não poderemos aceitá-la como alternativa. Uma decisão da Justiça não é boa porque trás bons resultados, nem mesmo porque é sábia, mas porque é feita em obediência ao senso do dever e em consonância com o imperativo categórico.
Ética não é a doutrina de nos fazer felizes, mas de tornar-nos dignos da felicidade. Qualquer ladrão poderá triunfar se conseguir roubar o bastante?
O homem que se vende recebe sempre mais do que vale.
Barão de Itararé.