sábado, 8 de fevereiro de 2014

DÁ-ME UMA SOMBRA


                                                 Mila Ramos

Neste tempo de calor ingrato, absolutamente desconhecido de brasileiros de todas as praças, calor que desmente  o clima ameno de nossa Santa Catarina, calor intenso que escorre nosso suor pelas costas abaixo e nos derrete...
Não há quem não esteja reclamando desse Senhor Sol que só se vai às 9h da noite e nem temos direito a estrela no céu nem paciência para esperá-las.
É quem mais pode correr para casa para ver se suas paredes estão mais frescas do que o piso das calçadas, das pedras em volta de uma piscina de água morna, ou do chuveiro jorrando água quente do sol ... Doce ilusão: tudo está muito quente.
E aí, há quem corra para o rio mais próximo, o enganador rio que parece baixo, mas que tem força para levar corpos de crianças  iludidas pelas  águas lisas e tranquilas .. . E lá se vai mais uma  filho de mãe que trabalha ou aquele mais levado que foge de casa para nadar no rio, logo ali, na correnteza do baixio para as profundezas de seu perau, logo aí, no declive, no barranco. 


A beira do rio que atravessa cidades ou campos entre as plantações é uma atração muitas vezes fatal, para as crianças.
No calor, a busca de alívio no centro da cidade também é recorrente.


Ainda bem, brasileiro é criativo mesmo! Olhem como estão diminuindo o calor deste ano: fazem uma grande barra de gelo ou congelam garrafas pet cheias de água,  depois as colocam na frente do ventilador: aí está o ar resfriado mais barato do Brasil
Ontem vi um grupo de pessoas buscando sombra  nas marquises da Rua Dr. João Colin, nossa importante artéria da zona norte, absolutamente sem árvore,  a não ser a bela e aconchegante  cerejeira da Caixa Econômica Federal. No centro, é um Deus nos acuda atrás das poucas sombras:  os administradores da cidade sempre que têm uma "vaga para árvore", ou deixam-na vazia ou plantam uma palmeira.   E ela não dá sombra, nem flor nem fruto, já que aqueles pequenos cocos só servem mesmo é para marcar o chão com bagaços amassados pelos transeuntes. De palmeiras, penso que basta nossa lindíssima Rua das Palmeiras.
 

Vamos plantar  árvores em todas as ruas, em todas as praças antes que a sabedoria humana derrube as lindíssimas figueiras da beira do rio Cachoeira. Não sei por que, mas na frente da Prefeitura, Sr. Freitag mandou fazer um muro especial para conter a força das marés, não entendo bem disso, mas sei que ali foi feita uma obra que, a meu ver, poderia salvar as figueiras. Hoje passei lá e era lindo ver filas e filas de carros estacionados nas suas  sombras generosas; havia  pessoas descansando do sol, sentadas no meio-fio  (calçadas não têm, que tal bancos?).
 

Vamos plantas árvores em Joinville?
Esse calorão pode voltar a nos fustigar...

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