As traições de Marina. Bem que avisei!
Dener Giovanini
segunda-feira 18/08/14
Em 2003, ainda no começo do governo do
presidente Lula eu, que ainda não era jornalista, dei uma entrevista para o
Estadão na qual afirmava categoricamente: “não confio na Marina Silva nem para
cuidar do meu jardim”, CLIQUE AQUI para conferir. Confirmei minhas palavras no
discurso que proferi na ONU ao receber de Kofi Annan [...]
Em 2003, ainda no
começo do governo do presidente Lula eu, que ainda não era jornalista, dei uma
entrevista para o Estadão na qual afirmava categoricamente: “não confio na
Marina Silva nem para cuidar do meu jardim”, CLIQUE
AQUI para conferir. Confirmei minhas palavras no discurso que proferi
na ONU ao receber de Kofi Annan o prêmio das Nações Unidas para o Meio Ambiente.
Os petistas se arrepiaram, reclamaram e me criticaram. Não deu outra: se
arrependeram. Em 2010, quando o Partido Verde aceitou a bancar a candidatura de
Marina para presidência da República, novamente eu avisei em diversas
oportunidades, que eles estavam dando um tiro no próprio pé. Fui criticado e
esculhambado por algumas lideranças do PV. Não deu outra: eles também se
arrependeram.
Quando Eduardo
Campos oficializou a candidatura de Marina Silva como vice em sua chapa eu não
perdi a oportunidade. Novamente afirmei em entrevistas e artigos que o PSB iria
se arrepender. E, mais uma vez, não deu outra: Marina, além de não transferir
votos, ainda criou uma série de dificuldades políticas para Eduardo, levando seu
nome a patinar entre 10% do eleitorado. Não fosse sua trágica morte, ele sairia
da eleição muito menor que entrou. E grande parte da culpa teria o sobrenome
Silva.
Seria eu um
implicante sem razão contra Marina Silva ou será que Deus me concedeu o dom da
adivinhação? Nem uma coisa, nem outra. Sou apenas um pragmático, que não dá asas
a paixões avassaladoras de momento e nem me deixo levar pelas emoções de
ocasião. E assim penso que deva ser cada brasileiro que tenha consciência sobre
a sua responsabilidade de decidir o destino do país.
Marina Silva foi
ministra de Lula por oito anos e “abandonou” o governo quando percebeu que seu
ego se apequenava diante do crescimento da influência da então também ministra
Dilma Rousseff. O Planalto estava pequeno demais para as duas. Também deixou o
Partido Verde ao perceber que a legenda não se dobraria tão fácil a sua sede de
poder. Eduardo Campos sentiu o amargo sabor de Marina ao ver alianças
importantes escorrerem por entre seus dedos. Marina atrapalhou, e muito, sua
candidatura. Isso é um fato que nem o mais bobo líder do PSB pode
negar.
Marina está
fadada a trair
O grande ego é o
pai da traição. Quem se sente um predestinado e prioriza o culto a personalidade
tem medo da discordância, da crítica. É esse medo que gera uma neutralidade
perigosa e falsa. E a neutralidade é a mãe da traição. Seres humanos com grandes
egos quase sempre se posicionam entre o conforto de “lavar as mãos” e o silêncio
covarde de suas convicções.
Marina Silva é
assim. Simples assim.
Nas últimas
Eleições presidenciais Marina ficou NEUTRA. Alguém se lembra?
Ao contrário do
que desejavam seus milhões de eleitores – que ansiavam por uma indicação, uma
orientação ou um caminho – Marina calou-se. Não apoiou Dilma e nem Serra. Com
medo de decidir, declarou-se neutra. E ajudou a eleger Dilma.
Claro, não se
espera de um político uma sinceridade absoluta, mas pelo menos transparência em
algumas das suas convicções básicas. Isso Marina não faz. E quem não o faz
assume o destino da traição. Vejamos:
a) Se
eleita, Marina Silva irá mudar o atual Código Florestal?
SIM (trairá o
agronegócio)
NÃO (trairá os
ambientalistas)
b) Se
eleita, Marina Silva irá abandonar os investimentos no Pré-sal e passará a
investir em fontes alternativas para a matriz energética?
SIM (trairá a
Petrobrás e seus parceiros)
NÃO (trairá os
ambientalistas)
c) Se
eleita, Marina Silva irá interromper a construção de Belo Monte?
SIM (trairá os
empresários)
NÃO (trairá os
ambientalistas)
d) Se
eleita, Marina Silva irá apoiar o casamento gay?
SIM (trairá os
evangélicos)
NÃO (trairá os
movimentos sociais)
e) Se
eleita, Marina Silva será contra a pesquisa de células tronco?
SIM (trairá os
pesquisadores e a academia)
NÃO (trairá os
evangélicos)
f) Se não
for ao segundo turno, Marina repetirá sua posição de 2010?
SIM (trairá a
oposição)
NÃO (trairá a si
mesma)
Essas são apenas
algumas perguntas que Marina Silva não responderá. Ou o fará por meio de
respostas dúbias e escamoteadoras, bem ao seu estilo. No final, ninguém saberá
realmente o que ela pensa. Sob pressão, ela jogará a responsabilidade para a
platéia e sacará de seu xale sagrado a carta mágica: FAREMOS UM PLEBISCITO! Esse é o estilo
Marina de ser. E esse é o tipo de comando que pode levar o Brasil ao encontro de
um cenário de incertezas e retrocessos. O que ela fala – ou melhor – o que ela
não fala hoje, será cobrado no Congresso Nacional caso venha a se eleger. Como
Marina negociará com a bancada ruralista? Com a bancada religiosa?
Você, caro
leitor, vai arriscar?
Eu não. Se não me
bastassem os fatos, tive a oportunidade de olhar profundamente os olhos de
Marina e de segurar em suas mãos. E não gostei do que vi. E não tenho medo de
críticas. E tenho orgulho das minhas convicções.
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